PF desloca 1.000 homens para combate ao desmatamento 25/02/2008
- Folha Online com Agência Brasil
Diversos órgãos do governo federal iniciaram hoje a ¨Operação Arco de Fogo¨, que tem como objetivo patrulhar a Amazônia e deter o desmatamento na região. Só no Pará existem cerca de 500 homens na operação de combate ao desmatamento -- 300 da Força Nacional de Segurança, Polícia Federa e Ibama e 200 da Polícia Militar do Pará.
Ao todo, a operação conta com cerca de mil homens na região Amazônica. O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, estima em mais de mil o número de agentes na força-tarefa, que começará por Tailândia (PA), cidade onde madeireiros organizaram manifestações contra o combate ao desmatamento.
¨Passa de mil homens, com certeza, o projeto na sua totalidade. Mas hoje estamos com um esforço concentrado em razão daqueles eventos ocorrido em Tailândia. Tem lá em torno de 150 homens da Força Nacional, uns 300 agentes federais e mais a força local e mais a participação do Ibama na região. Uma vez instalados, começa esse processo em parceira com o Ibama de fiscalização das serrarias¨, disse Corrêa.
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Segundo ele, o enfrentamento ao desmatamento será constante. Vamos fazer esse pronto-atendimento agora. Mas contrariando o que muitos pensam, o fato novo é a permanência, e não uma operação episódica. Esse é o diferencial. O que combater, isso está na rotina da PF. O diferencial foi construir um planejamento que permitisse uma permanência mais prolongada naquela região.¨
O Operação Arco de Fogo terá ainda a participação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).
Leilões
A governadora do Pará, Ana Julia Carepa (PT), afirmou nesta segunda-feira que vai ¨reforçar as ações de combate¨ ao desmatamento na região Amazônica por meio de um novo modelo de desenvolvimento. Ela disse ainda que a mudança na regulamentação na realização de leilões de madeira --apreendida em fiscalizações na região-- vai colaborar para essas ações, incentivando o desenvolvimento econômico e social na região.
¨Queremos incentivar um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia onde nossos recursos naturais possam ser utilizados sem destruir [o meio ambiente]¨, disse a governadora, que participou de cerimônia no Palácio do Planalto de lançamento do programa Territórios da Cidadania.
Conflito
Na semana passada, madeireiros e policiais militares entraram em confrontono município de Tailândia durante série de protestos contra uma operação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a apreensão de madeira ilegal na região.
O secretário de Administração de Tailândia, Cristóvão Vieira, diz que a movimentação financeira fruto da extração da madeira, das serrarias e carvoarias é de cerca de 70% dos recursos que circulam hoje na cidade. ¨Se os setores fecharem, Tailândia se inviabilizará.¨
Emancipado há 19 anos e com receita mensal de R$ 3 milhões, o município de 67 mil habitantes de Tailândia surgiu a partir da exploração da floresta há cerca de 40 anos.
De acordo com o secretário, nesse período, 60% da cobertura vegetal original de Tailândia, que tem 4.440 km2, se perdeu. Vieira não culpa, porém, apenas os madeireiros pela situação. Para ele, faltou também fiscalização e orientação das autoridades federais.