Na Agrishow, Bolsonaro diz querer não atrapalhar quem produz 30/04/2019
- O ESTADO DE S.PAULO
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou ontem na abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), que quer, “como chefe do Executivo, não atrapalhar quem produz”.
Ele garantiu que está “tirando o Estado do cangote de quem produz e investe”.
Bolsonaro afirmou que está fazendo “uma limpa no Ibama e no ICMBio” e cobrou que a fiscalização seja feita com mais orientação ao produtor rural.
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“Tem que fazer fiscalização, mas o homem do campo tem de ter o prazer de receber o fiscal e, em um primeiro momento, ser orientado.”
Ele reafirmou que pretende que a BR-163 seja completada, no trecho paraense até Miritituba (PA), ainda em 2019.
Outra obra anunciada por ele é a construção no aeródromo do Campo de Marte do maior colégio militar do Brasil.
O presidente disse que seguirá para a China e que a viagem servirá, na opinião dele, para tirar “a imagem criada pela mídia, de que sou inimigo deles”.
JUROS DO BB
Bolsonaro pediu ainda redução dos juros do Banco do Brasil para o fomento ao crédito rural.
O presidente, que citou que a instituição financeira terá R$ 1 bilhão em recursos para o financiamento do setor durante a feira, se dirigiu ao presidente do BB, Rubem Novaes, e, bem humorado, emendou. “Apelo, Rubem (Novaes), para seu coração e patriotismo, que esses juros caiam um pouco mais”, afirmou, para aplausos da plateia.
Bolsonaro citou que o governo irá liberar R$ 1 bilhão para o programa de seguro rural, mas não deu detalhes.
Antes, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou que R$ 500 milhões seriam liberados após o “governo raspar o tacho”, para o financiamento do programa de modernização da frota, o Moderfrota.
Segundo ela, o governo trabalha “dentro desse orçamento engessado que o presidente (Jair Bolsonaro) recebeu” e o “ministro (da Economia) Paulo Guedes tem boa vontade” e trabalha em parceria com a Agricultura.
“Conseguimos raspar o tacho do atual plano safra e Moderfrota terá mais R$ 500 milhões”, disse a ministra, admitindo em seguida que o valor, até junho deste ano, é pouco.
Com os recursos, a liberação de recursos para o programa no atual governo, por meio de remanejamentos, soma quase R$ 1 bilhão.
CHINA
O presidente disse que seguirá para a China e que a viagem servirá, na opinião dele, para tirar “a imagem criada pela mídia, de que sou inimigo deles”.
Porta-voz nega intervenção em juros dos bancos estatais
O porta-voz do Planalto, Otávio Rêgo Barros, garantiu logo após a fala do presidente, que Jair Bolsonaro “não quer” e “não irá intervir” em qualquer aspecto relacionado a política de juros de bancos estatais.
“Obviamente que o presidente não quer e não intervirá em aspectos relacionados a juros nos bancos que estão em tese sob o guarda-chuva do governo”, respondeu a jornalistas após ser perguntado sobre o episódio ocorrido em Ribeirão Preto, onde Bolsonaro fez um apelo pela redução dos juros do Banco do Brasil para o fomento ao crédito rural.