Juiz prorroga prisão de acusados de hackear celulares de autoridades 27/07/2019
- AGÊNCIA BRASIL+ESTADÃO
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu ontem à noite prorrogar a prisão temporária dos quatro presos pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de invadir o telefone celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades.
Com a decisão, os suspeitos Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Walter Delgatti Neto deverão continuar presos por mais cinco dias.
Os acusados foram presos na terça-feira (23), por determinação do magistrado, na Operação Spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica, que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.
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Até o momento, somente a defesa do casal Gustavo e Suellen se manifestou publicamente sobre o caso.
Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, Gustavo nega ter invadido telefones e participado da divulgação das supostas conversas feitas pelo então juiz federal da 13ª Vara Federal, Sergio Moro.
Moreira, no entanto, admitiu que Gustavo revelou ter recebido de seu amigo, Walter Delgatti, cópia de uma das mensagens atribuídas a Moro, antes desta se tornar pública, veiculada por veículos de imprensa.
PCdoB NA FITA
A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB/RS) confirmou que passou o contato do jornalista Glenn Greenwald para um hacker no último dia 12 de maio, dia das Mães, como Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, disse em seu depoimento à Polícia Federal.
Entretanto, Manuela afirma que não conhece o indivíduo que entrou em contato com ela pelo Telegram oferecendo mensagens dos procuradores da Lava Jato.
“No dia 12 de maio, fui comunicada pelo aplicativo Telegram de que, naquele mesmo dia, meu dispositivo havia sido invadido no Estado da Virginia, Estados Unidos”, afirmou.
“Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserido na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem eu supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras”, explicou Manuela em suas redes sociais.
“Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald. Desconheço, portanto, a identidade de quem invadiu meu celular, e desde já, me coloco a inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração”, completou.