Mercado espera redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros 29/07/2019
- AGÊNCIA BRASIL+ESTADÃO
O mercado financeiro espera a redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, nesta semana. Atualmente, a Selic está em 6,5% ao ano. Amanhã (30) e quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reúne-se pela quinta vez no ano para definir a taxa.
Segundo pesquisa do BC divulgada hoje (29), a redução esperada para esta semana será seguida de outros cortes de 0,25 ponto percentual, nas reuniões seguintes do Copom deste ano: em setembro, outubro e dezembro.
A expectativa do mercado é que a Selic encerre 2019 em 5,5% ao ano. Para o fim de 2020, a previsão foi alterada de 5,75% para 5,5% ao ano. No final de 2021 e 2022, a previsão segue em 7% ao ano.
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A taxa básica de juros é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação que, na previsão dos analistas, está abaixo do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para 2019 e 2020.
Inflação
A meta de inflação de 2019 é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A previsão de analistas de instituições financeiras é que a inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerre o ano em 3,80%. No levantamento anterior, a estimativa estava em 3,78%, de acordo com a pesquisa semanal do BC ao mercado financeiro.
A projeção para 2020 permanece em 3,90%. A meta para o próximo ano é 4%, com intervalo de tolerância 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Para 2022, a meta é 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Nos dois anos, a previsão é que a inflação fique no centro da meta, ou seja, em 3,75% e em 3,5%, respectivamente.
Ao usar a Selic com o objetivo de controlar a inflação e, assim, alcançar a meta, o BC afeta a atividade econômica. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, estimulando a atividade econômica.
Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
A expectativa de redução da Selic ocorre em momento de recuperação lenta da economia brasileira. A projeção do mercado financeiro para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – neste ano é 0,82%, a mesma da semana passada. A estimativa chegou a ser reduzida 20 vezes consecutivas e parou no atual patamar na semana passada.
Para 2020, a previsão é de crescimento maior do PIB: 2,10%, seguido de expansão de 2,5% em 2021 e em 2022.
âmbio no fim de 2019 permanece em R$ 3,75
O relatório de mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 29, pelo Banco Central, mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2019.
A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 3,75, ante R$ 3,80 de um mês atrás.
Para o próximo ano, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 3,80, igual ao verificado quatro pesquisas atrás.
Superávit comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2019 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 51,00 bilhões para superávit de US$ 52,00 bilhões.
Um mês atrás, a previsão era de US$ 50,80 bilhões. Para 2020, a estimativa de superávit passou de US$ 46,50 bilhões para US$ 46,40 bilhões. Há um mês, também estava em US$ 46,40 bilhões.
Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2019 ficará em US$ 46,0 bilhões. Esta projeção foi atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
Conta corrente
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2019 saiu de déficit de US$ 23,00 bilhões para déficit de US$ 22,00 bilhões, ante US$ 22,80 bilhões de um mês antes.
Para 2020, a projeção de rombo foi de US$ 32,80 bilhões para US$ 32,50 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 33,00 bilhões.
O BC projeta déficit em conta de US$ 19,3 bilhões em 2019.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos próximos anos.
A mediana das previsões para o IDP em 2019 seguiu em US$ 85,00 bilhões, igual a um mês atrás. Para 2020, a expectativa foi de US$ 84,20 bilhões para US$ 85,28 bilhões, ante US$ 84,36 bilhões de um mês antes.