Rico, PSL aposta em capitais na disputa de 2020 05/08/2019
- O ESTADO DE S.PAULO
O PSL vai concentrar os recursos dos fundos eleitoral e partidário na disputa a prefeituras em capitais e municípios com importância regional ou com mais de 500 mil habitantes.
O partido do presidente Jair Bolsonaro é, ao lado do PT, o que mais vai ter dinheiro público para gastar nas eleições municipais do ano que vem.
A previsão é de que a legenda tenha meio bilhão de reais e ambiciona, com isso, conquistar pelo menos dez grandes cidades, segundo o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE).
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Apesar de ter o posto mais alto da República e a segunda maior bancada da Câmara, o PSL ainda é “nanico” no País.
Das 5.464 cidades que tiveram disputas nas eleições passadas, a legenda ganhou apenas 30. A maior é São João del-Rei (MG), que tem menos de 100 mil habitantes.
“Não podemos achar que vamos ganhar em todos os lugares só porque o presidente vai estar na foto. Ele vai ser fundamental, mas temos que ter uma estratégia”, afirmou Bivar.
As duas maiores capitais, São Paulo e Rio, estão entre as prioridades da legenda e devem receber a maior fatia do bolo. Os demais gastos serão decididos em pesquisas locais e entre deputados e senadores do PSL.
O maior desafio será expandir o PSL pelo Nordeste, na avaliação de Bivar. O partido quer conquistar pelo menos uma capital na região e uma cidade importante do interior de Pernambuco, Ceará ou Bahia.
“Para diminuir o poder da esquerda”, afirmou ele ao jornal O Estado de S. Paulo.
Em uma reunião a portas fechadas na semana passada, Bivar ofereceu a Bolsonaro voz mais ativa na indicação de dirigentes do partido nos Estados e de nomes para disputas locais.
O dirigente não ouviu do presidente nem que sim nem que não. Apenas conseguiu a promessa de que ele gravará um vídeo para ser divulgado no dia 17 convidando interessados a se filiar ao PSL.
A legenda espera aumentar de 362 mil para um milhão o número de filiados.
Família
O partido já anunciou a intenção de priorizar candidaturas próprias no Rio e em São Paulo. Nos dois Estados, caberá aos filhos do presidente a escolha do candidato.
O senador Flávio Bolsonaro comanda o diretório fluminense e já escolheu onde vai gastar os recursos.
Serão nove candidaturas em municípios estratégicos do interior e da região metropolitana, além da capital, onde o deputado estadual Rodrigo Amorim vai concorrer.
Amorim ficou conhecido por destruir uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no ano passado.
Em São Paulo, o diretório é comandado pelo deputado Eduardo Bolsonaro, que não decidiu o nome para a disputa da capital.
A deputada Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso, é cotada, mas está longe de ser consenso.
Dois empecilhos estão no seu caminho. O primeiro seria o senador Major Olímpio, que quer fazer um nome seu no comando da capital.
O segundo, mais complicado, seria o próprio filho do presidente.
Indicado ao cargo de embaixador do Brasil nos EUA, Eduardo quer deixar o deputado estadual Gil Diniz no comando da legenda em São Paulo.
Gil já se mostrou publicamente contrário ao nome de Joice.
O grupo político de Eduardo gostaria de ter o apresentador de TV José Luiz Datena na disputa.