Guedes: Governo ainda privatizará 17 estatais em 2019 21/08/2019
- Veja+Estadão+Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que o governo pretende anunciar na quarta-feira uma lista de 17 empresas públicas que devem ser privatizadas até o final do ano. Guedes não adiantou o nome das companhias, mas afirmou que o governo vai acelerar ainda mais as privatizações
“As coisas estão acontecendo devagarzinho, vai uma BR Distribuidora aqui, daqui a pouco vem uma Eletrobras, uma Telebras, daqui a pouco vem também os Correios, está tudo na lista. Amanhã [quarta-feira 21] devem ser anunciadas umas 17 empresas só para completar o ano. Ano que vem tem mais”, disse o ministro em evento na capital paulista.
Guedes disse que o governo atingiu, em agosto, a meta de arrecadação de recursos com privatizações, de 80 bilhões de reais, estipulada para todo o ano de 2019. “Na privatização nós vamos acelerar. E nós achamos que vamos surpreender”, declarou.
PUBLICIDADE
No início de agosto, o presidente Jair Bolsonaro declarou que a privatização dos Correios “está no radar”.
“Vocês sabem o que foi feito com os Correios. O mensalão começou com eles. Sempre foi um local de aparelhamento político e que foi saqueado, como no fundo de pensão. Os funcionários perderam muito, tiveram que aumentar a contribuição para honrar”, disse o presidente.
Em maio, Bolsonaro já havia afirmado a VEJA que deu sinal verde para a privatização dos Correios.
“Vamos partir para a reforma tributária e para as privatizações. Já dei sinal verde para privatizar os Correios. A orientação é que a gente explique por que é necessário privatizar”, disse ele, na ocasião.
O governo enxerga a privatização da estatal com urgência. Em julho, VEJA teve acesso a cálculos preliminares feitos pela equipe do governo.
As primeiras conclusões mostram que o tempo de vida útil para concretizar a venda dos Correios está em torno de cinco anos.
Desde o início de 2018, a principal fonte de receita da estatal deixou de ser o monopólio postal — a entrega de cartas, largamente substituídas por várias formas de mensagem eletrônica — e passou a ser a entrega de encomendas, mudança impulsionada, sobretudo, pelo crescimento do e-commerce.
No prazo previsto pela equipe econômica, as transportadoras privadas ultrapassarão a estatal na prestação do serviço.
O ponto de virada inviabilizaria por completo a sua venda.
Outra empresa que está no calendário de privatizações do governo é a Eletrobras.
Na noite de quinta-feira, 1°, a estatal informou em fato relevante que Bolsonaro autorizou que sejam aprofundados estudos para a desestatização da companhia.
Os estudos, informou a companhia, serão para que o processo ocorra por “aumento de capital social, mediante subscrição pública de ações ordinárias da Eletrobras ou de eventual empresa resultante de processo de reestruturação”.
De acordo com fato relevante, o processo de desestatização da companhia também deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional.