G8 deveria incluir Brasil e Índia e excluir Rússia, diz McCain 26/03/2008
- Bruno Garcez - BBC
O senador John McCain, candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira que o G8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) deveria incluir o Brasil e a Índia, mas excluir a Rússia.
A declaração do candidato republicano fez parte de um discurso sobre política internacional realizado por McCain em Los Angeles, na sede californiana do instituto de pesquisas World Affairs Council.
De acordo com o senador, os Estados Unidos precisam lidar com os ¨perigos representados por uma Rússia revanchista¨.
Uma das maneiras de fazer isso, segundo McCain, seria ¨garantir que o G8, o grupo de oito nações altamente industrializadas, se torne novamente um clube das principais democracias de mercado: ele deveria incluir Brasil e Índia e excluir a Rússia¨.
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O candidato republicano acrescentou ainda que ¨em vez de tolerar a chantagem nuclear da Rússia ou os seus ´cyberataques´, as nações ocidentais deveriam deixar claro que a solidariedade da Otan, do Báltico ao Mar Negro, é indivisível e que as portas da organização permanecem abertas a todas as democracias comprometidas com a defesa da liberdade¨.
Novos líderes
McCain citou uma declaração do presidente americano Harry Truman sobre o papel de liderança exercido pelos Estados Unidos: ¨Deus nos criou e nos colocou na atual posição de poder e força por alguma grande razão¨.
O senador afirmou que, no século 21, os Estados Unidos ainda devem seguir liderando, como no período de Truman.
Mas acrescentou que o conceito de liderança atualmente não é o mesmo do período posterior à Segunda Guerra Mundial, ¨quando a Europa e outras democracias ainda estavam se recuperando da devastação causada pela guerra, e os Estados Unidos eram a única superpotência democrática¨.
¨Hoje, não estamos sozinhos¨, disse. ¨Existem poderosas vozes coletivas na União Européia, e existem as grandes nações da Índia e do Japão, da Austrália e do Brasil, da Coréia do Sul e da África do Sul, da Turquia e de Israel, para citar apenas algumas das democracias líderes.¨
América Latina
McCain voltou a citar outro presidente democrata dos Estados Unidos, desta vez John Kennedy, ao lembrar um afirmação dele em relação à América Latina.
¨Há quatro décadas e meia, John Kennedy descreveu o povo da América Latina como ´nossos fortes e antigos amigos, unidos pela história e pela experiência e por nossa determinação em fazer avançar os valores da civilização americana´.¨
O senador acrescentou que ¨com a globalização, o continente se tornou mais próximo, mais integrado e mais independente¨. ¨A América Latina atualmente é cada vez mais vital para o destino dos Estados Unidos¨, afirmou.
De acordo com MCain, ¨as relações com os vizinhos do sul devem ser regidas pelo respeito mútuo, não por um desejo imperial ou por demagogia antiamericana¨.
A declaração soou como uma referência ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, descrito por Washington como um líder com pretensões imperiais e adepto de uma política antiamericana.
O candidato republicano disse que ¨o contintente¨ poderá ser o ¨primeiro hemisfério completamente democrático, onde o comércio é livre e cruza todas as barreiras, onde o império da lei e o poder dos livre mercados contribuem para aprimorar a segurança e a prosperidade de todos¨.