Acordo sobre dívida agrícola pode ser fechado hoje à tarde 09/04/2008
- Alexandre Borges - Folha Online
Parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara pediram ontem, em reunião com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e da Fazenda, Guido Mantega, garantias de prazos maiores para pagamento das dívidas rurais.
Durante o encontro, os parlamentares também pediram a redução dos juros e a inclusão das dívidas de setores como cafeicultores e cacauicultores do Nordeste e de regiões como Mato Grosso e Rio Grande do Sul que tiveram problemas relacionados à logística e à seca.
De acordo com deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que participou do encontro, Mantega garantiu que até o fim da tarde de ontem seria finalizada a minuta da proposta do governo. Os parlamentares analisarão os ajustes feitos pelo governo nesta quarta-feira à tarde, quando se reúnem novamente com o ministro Stephanes para fechar o acordo.
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¨Tivemos uma longa discussão, houve avanço na questão dos juros e também na ampliação dos prazos. Vamos manter a negociação na busca por juros baixos e prazos longos¨, afirmou o deputado.
Lorenzoni disse ainda que a busca é por parcelas adequadas e que as perspectivas são muito boas. Ele acredita que em menos de 24 horas seja possível chegar a um consenso.
A idéia é fechar o texto da medida provisória (MP) que irá trazer os detalhes da renegociação ainda nesta semana. Stephanes já havia dito que até o dia 10 deste mês deve ser finalizada a discussão sobre a repactuação das dívidas do setor agrícola. O ministro também garantiu que cerca de 80% dos R$ 87,5 bilhões de estoque da dívida agrícola serão contemplados no pacote oferecido pelo governo, ficando o restante para avaliação posterior.
Nos últimos encontros, o Executivo chegou a dizer que seria possível elevar de R$ 56,3 bilhões para R$ 66 bilhões o valor máximo para renegociação. Depois de sair da reunião os ministros Mantega e Stephanes, o presidente da Comissão de Endividamento Agrícola da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Homero Pereira, afirmou que a perspectiva é que esse valor de R$ 66 milhões seja alterado.
O ministro Stephanes explicou ainda que ficou acertada a redução dos juros de 8,75% para 6,75% ao ano para dívidas de custeio, em outros modalidades de crédito os juros também deverão cair.
Segundo as informações passadas pelo ministro, a proposta prevê o prazo adicional de três anos para pagamento de parcelas relativas a crédito de investimento e de dois anos para dívidas de custeio, sendo que nos casos específicos como Rio Grande do Sul e Mato Grosso deve haver ampliação do prazo devido a situações específicas.