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DIA A DIA

Consumo de álcool deve superar o da gasolina em março, diz BR
10/04/2008 - Cirilo Junior - Folha Online

O consumo de álcool deverá superar o da gasolina assim que os dados sobre o mercado de combustíveis de março forem divulgados, segundo estimou o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra. Ele disse que o consumo dos combustíveis ficou ¨praticamente empatado¨ em fevereiro, e que a mudança de posições está próxima.

Dutra reconheceu que o menor consumo de gasolina no mercado interno se tornará ´um desafio´ para a Petrobras, que terá que vender mais gasolina para o mercado externo, à medida em que o consumo interno de álcool se destaca cada vez mais sobre a gasolina. Ele negou que haja vinculação do preço da gasolina, no mercado interno, com o álcool.

O presidente da BR Distribuidora admitiu que a mudança na taxação sobre a venda de álcool combustível poderá alterar o quadro do mercado. Dutra evitou falar em aumento de preços, mas afirmou que distribuidoras que sonegam impostos poderão abandonar o mercado. Na opinião do executivo, concentrar a cobrança do PIS/Cofins nos produtores seria o primeiro passo para que o álcool venha a ser negociado em bolsa, pois haveria redução da volatilidade.


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Dutra mostrou-se favorável à MP 413, em tramitação no Congresso Nacional, que prevê que a cobrança desses impostos seja feita na saída do produto das usinas. Atualmente, é realizada junto às distribuidoras. O presidente da BR reconheceu que a sonegação desses impostos por algumas distribuidoras acaba reduzindo o preço no mercado final, para o consumidor.

¨Há concorrência desleal, já que o agente que sonega tem condições de cobrar mais barato. Vai haver menos variabilidade de preço num período pequeno. O preço vai ser regulado pelas questões normais de mercado, de oferta e procura. Há uma distorção hoje, por aspectos da sonegação¨, afirmou.

Ele disse esperar que a MP, que está sendo discutida no plenário da Câmara dos Deputados, seja votada nas próximas semanas. Dutra discordou da posição dos usineiros, que apontam que a nova regra geraria aumento do preço do álcool e maior dificuldade de colocação do produto no mercado.

¨Não haverá mudança de tributação. Isso não vai influenciar na questão de competição do mercado de gasolina. Isso vai reduzir a sonegação do álcool, contribuindo com a moralização do mercado¨, observou.

Sobre a colocação de biodiesel no mercado, José Eduardo Dutra avaliou que existe um ´desafio logístico´, em função de as usinas produtoras estarem longe dos grandes centros. Isso exige que os deslocamentos para levar o produto para o refino sejam maiores, sendo que as condições de muitas estradas são precárias. Dutra lembrou que a BR investiu R$ 60 milhões para implementar a logística para o combustível, e que a empresa chegou a sofrer com a falta de caminhões no mercado, devido ao aquecimento da demanda interna.

A BR planeja que o mercado de combustíveis irá crescer 3,6% ao ano, até 2012, mediante um incremento anual de 4% do PIB (Produto Interno Bruto). No ano passado, o mercado de combustíveis registrou expansão de 8,2%. ¨Nossas projeções são conservadoras¨, destacou.

  

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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de JOÃO GALDINO DE MEDEIROS (jgaldinomedeiros@hotmail.com)
Em 14/04/2008, 10h26
Economista - Tributólogo
Fui convidado por um jornal local a comentar sobre os reflexos da cobrança PIS/COFINS, sobre o alcool combustível, na origem, ou seja, nas usinas, quando comentei que, de forma alguma - visto que essa cobrança, pelo porte dessas empresas, já não é mais em cascata - essa modalidade irá impactar o preço final do produto e/ou comprometer os lucros de toda cadeia distribuidora, alertando que a "grita" dos usineiros seria, apenas, um preparo psicológico para aplicarem reajustes de preços. Acrescentei, com enfase, que: "Empresa alguma paga qualquer centavo de tributos, contribuições e/ou encargos sociais e trabalhistas. Tudo é embutido nos preços - por dentro - e, conseqüentemente, pago pelos consumidores, os reais pagadores de todos e quaisquer tributos."

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