Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro estão com as mãos na taça 28/04/2008
- O Estado de S.Paulo
Mão na taça. Título garantido. Festa antecipada. Seja como for, o Palmeiras deu um passo importante para conquistar o título do Campeonato Paulista ao vencer a Ponte Preta por 1 a 0, na tarde deste domingo, no Moisés Lucarelli, em Campinas, na primeira partida da final.
Com a vitória, o Palmeiras pode até perder por um gol de diferença, na partida de volta, no próximo domingo, que conquistará seu primeiro título paulista desde a edição de 1996, quando a equipe alviverde foi campeã justamente com o técnico Vanderlei Luxemburgo.
O mistério das escalações durou até 30 minutos antes do jogo. Luxemburgo optou por escalar Wendel na vaga de Léo Lima, deixando Denílson no banco de reservas. De acordo com o treinador, a atitude era por causa da escalação da Ponte, que entrou em campo com três atacantes. ¨Eu já sabia qual seria o esquema deles. Vamos fechar o meio-campo¨, previu Luxemburgo.
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A decisão de Luxemburgo surtiu efeito e o Palmeiras dominou os primeiros 15 minutos, com boas jogadas pelas laterais. A Ponte, com o apoio de sua torcida, passou a explorar os espaços deixados por Elder Granja e parecia mais próxima de abrir o placar ao ter duas boas chances, sendo a melhor delas com Wanderley, que cabeceou na cara do gol, mas a bola quicou e passou por cima do travessão.
Sem se desesperar, o Palmeiras continuou com seu ritmo cadenciado, esperando pela oportunidade certa para marcar seu gol, e tal chance aconteceu logo aos 19 minutos. Sem Denílson para cobrar os escanteios, Leandro foi o responsável pela cobrança precisa que terminou com o desvio de cabeça de Kleber para abrir o placar.
Ao contrário de outros jogos, o Palmeiras mostrou que não é apenas um time ofensivo. Com Valdívia apagado - preocupado em não levar o segundo cartão amarelo -, a equipe alviverde passou a confiar seu destino no jogo em sua defesa.
Precisos, Henrique e Gustavo não deram espaços aos atacantes ponte-pretanos que, sem contar com a armação de Elias (machucado) e Renato (suspenso), tentavam jogadas individuais, sem sucesso. A torcida alvinegra, no entanto, tratou de apoiar o time, que chegou a pressionar o Palmeiras ao final da primeira etapa, mas sem chance real para igualar o marcador.
Ciente de que a vantagem era o suficiente, Luxemburgo não hesitou em reforçar a marcação da equipe, deixando-a preparada para os contra-ataques. Sinal disto foi a substituição de Valdívia por Denílson. ¨Nossa proposta era marcar muito bem e explorar os contra-ataques. O time está de parabéns pela dedicação tática¨, afirmou Diego Souza, que teve mais uma atuação discreta.
Sem opção, o técnico da Ponte Preta, Sérgio Guedes, viu-se obrigado a colocar sua equipe à frente. O meia Giuliano entrou no lugar do lateral Raulen, com a intenção de dar criatividade à Ponte Preta. ¨O Raulen foi treinado para ser o nosso homem de criação, mas não tivemos sucesso¨, comentou o treinador.
Aos poucos, a Ponte melhorou sua marcação no meio-campo e começou a pressionar um Palmeiras recuado, mas perigoso em suas saídas ao ataque. Irritado, o goleiro Marcos passou a ser exigido, e não decepcionou. Em dois chutes fortes, de fora da área, o goleiro palmeirense defendeu e evitou a reação adversária. E, quando Marcos não aparecia, a falta de pontaria dos atacantes ponte-pretanos garantia o resultado. Exemplo disto foi a cabeçada de Luís Ricardo que, sozinho, cabeceou para fora.
¨Ainda não vencemos nada. O time da Ponte Preta é perigoso. É claro que essa coisa de ´já ganhou´ é da mídia, mas estamos concentrados até o final da competição¨, avisa Luxemburgo. Apesar das palavras do treinador, a torcida palmeirense não contém sua euforia pelo resultado. É esperar para ver.
Flamengo vence o Botafogo na primeira partida da final
O Flamengo largou na frente na decisão do Campeonato Carioca. Com um gol do atacante Obina, derrotou o Botafogo, por 1 a 0, na tarde deste domingo, no Maracanã, na primeira partida da final do Estadual do Rio.
A equipe da Gávea pode até empatar o clássico de domingo para conquistar o bicampeonato regional. Caso o time alvinegro vença o próximo duelo por um gol de diferença, o campeão será conhecido na disputa por pênaltis. ¨Sou um iluminado de Deus¨, declarou Obina, xodó da torcida do Flamengo.
Mais uma vez, ele brilhou em decisões. O ¨Anjo Negro¨, como é conhecido na Gávea, escorou cruzamento do atacante Diego Tardelli, balançou as redes e vibrou como se fosse um torcedor. Seu gol surgiu aos 34 minutos do segundo tempo - ele entrou aos 30, na vaga do volante Íbson. ¨Deus sempre me dá coisas boas. Fiz um gol muito importante.¨
Com a vantagem, o Flamengo seguirá mais tranqüilo e confiante para o México, onde vai encarar o América, quarta-feira, pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores da América. Já o Botafogo não pode considerar o revés o fim do mundo. Pelo contrário.
Enquanto o rival enfrentará uma viagem desgastante, o time alvinegro terá a semana livre para treinar. E vale lembrar que a equipe atuou desfigurada, com quatro desfalques importantes (o lateral-direito Alessandro, o goleiro Castillo, o lateral-esquerdo Triguinho e o atacante Jorge Henrique).
Botafogo e Flamengo decidem o título estadual pelo segundo ano consecutivo. No Carioca de 2007, a equipe rubro-negra levou a melhor e o adversário reclamou bastante da arbitragem. Passado um ano, os dois times voltaram a medir forças na decisão da Taça Guanabara, e o script foi o mesmo.
O Flamengo ergueu o troféu e o Botafogo atribuiu a derrota à (má) atuação do trio de árbitros. Por esse histórico, é natural que o clube de General Severiano encare essa final como uma vingança. ¨Cabe a gente não deixar isso acontecer¨, declarou Souza, atacante do time da Gávea.
Maracanã lotado, festa bonita nas arquibancadas, rivalidade em alta e a taça de campeão em disputa. Cenário perfeito para um grande espetáculo, mas faltou o essencial no primeiro tempo: o bom futebol. Foram 45 minutos horrorosos, com muitas faltas e sem nenhuma emoção. O clássico melhorou no segundo tempo. O Botafogo chegou a acertar uma bola na trave, num chute do zagueiro Eduardo. Já o Flamengo lançou três atacantes (Obina, Souza e Diego Tardelli) e alcançou seu objetivo.
A surpresa ficou por conta do goleiro Renan, de 18 anos. Ele substituiu Castillo (machucado) e fez, no mínimo, quatro boas defesas. Demonstrou personalidade e não sentiu o peso do clássico. Não teve culpa no gol de Obina.
Cruzeiro humilha o Atlético no Mineirão
Com uma goleada de 5 a 0 sobre o Atlético-MG, na primeira partida das finais do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro praticamente sagrou-se campeão do torneio na tarde deste domingo. Por ter sido o primeiro colocado na fase de classificação, o time azul celeste jogava apenas por dois resultados iguais.
Com o placar do jogo, o Atlético precisará vencer por 6 a 0 no próximo domingo, para conseguir erguer a taça. O massacre começou a ser delineado ainda no primeiro tempo, que terminou com o placar de 3 x 0 para o Cruzeiro. Embora o jogo tenha começado disputado, com marcação forte de lado a lado, os atleticanos tomaram um gol logo aos 12 minutos. Marcelo Moreno completou cobrança de falta de Wagner, aproveitando falha do goleiro Juninho, do Atlético.
A abertura do placar pela equipe rival desestabilizou os alvinegros. Tanto que, sete minutos mais tarde, o segundo gol saiu, vítima de nova falha do Atlético - Jadilson cruzou e Marcos anotou um gol contra. Aos 38 minutos, o marcador foi novamente ampliado. Após lançamento de Wagner, Ramires dominou e tocou na saída do goleiro Juninho.
O segundo tempo repetiu a tônica do primeiro, com grande superioridade do Cruzeiro. Apesar das tentativas de marcar, o Atlético conseguiu apenas ver mais dois gols do adversário. Aos 21 minutos, Guilherme concluiu jogada de Ramires, em falha da defesa atleticana, e anotou mais um tento para os azuis celestes. Nesse momento, a torcida do Atlético já começava a deixar o Mineirão.
Antes do apito final, contudo, Wagner anotaria mais um gol e fecharia a goleada, praticamente definindo o vencedor do Campeonato Mineiro de 2008, de forma humilhante contra seu maior rival.