DIA A DIA

Brasil pode elevar produção de grãos em até 6% ao ano
06/05/2008 - Fabíola Salvador - Agência Estado

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que o Brasil tem potencial para elevar sua produção agrícola entre 5% e 6% ao ano no médio prazo. Nos últimos anos, a produção agrícola cresceu 4,8%, em média. Ele fez as declarações após participar ontem de uma reunião com uma delegação japonesa, que está no Brasil para discutir o comércio de biocombustíveis e outros produtos agrícolas.

Segundo o ministro, o governo, colocará crédito a disposição dos produtores para que a produção cresça nesses níveis. Ele descartou, no entanto, o crescimento superior a 6%. ¨Se crescermos 6% ao ano nos próximos dez anos o resultado será extraordinário¨, afirmou.

Na reunião, o ministro da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, Masatoshi Wakabayashi, lembrou que o Japão é o maior importador mundial de produtos agrícolas e que o país é auto-suficiente em apenas 39% do seu consumo e que, por isso, o mercado japonês é dependente de importações. A carne de frango é o principal produto do agronegócio brasileiro exportado para o mercado japonês. De janeiro a março deste ano, essas vendas renderam US$ 179,6 milhões.


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O ministro Stephanes também comentou a elevação dos índices de inflação, devido, principalmente, aos alimentos. Ele lembrou que a pressão de alta é mundial e que o País tem poucas alternativas para minimizar esse quadro. ¨Além de produzir mais, não temos muito o que fazer¨, afirmou ele, lembrando que o governo vai estimular a produção agrícola por meio de medidas que serão oficializadas no Plano Agrícola e Pecuário, que será anunciado em meados deste ano.

O ministro lembrou, no entanto, que o preço de alguns produtos agrícolas já recuou no mercado interno e citou o caso do feijão, cuja cotação passou de R$ 70 por saca para R$ 210 e tem recuado nas últimas semanas, chegando a R$ 110 por saca na semana passada.

Em relação ao arroz, Stephanes lembrou que os preços internacionais subiram 100% e que, no Brasil, a alta chegou a 35%. Ele descartou o risco de desabastecimento no mercado interno e ressaltou que o governo fará leilões semanais dos estoques públicos para evitar especulações de mercado. ¨Precisamos cuidar para que haja regularidade no abastecimento¨, disse.

Em relação ao trigo, ele disse que não espera novas altas da matéria-prima e de seus derivados no mercado interno. ¨O impacto da alta para o Brasil já foi absorvido¨, afirmou.

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