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DIA A DIA

Cavaleiro negro quebra tabu no hipismo e troca rodeios por Olimpíada
27/05/2008 - Rafael Reis - Folha Online

Quando pequeno, Rogério Clementino sonhava entrar na arena da Festa de Peão de Barretos montando um touro bravo. O sonho nunca foi concretizado. Mas, em agosto deste ano, ele terá a oportunidade de realizar um feito com o qual nem mesmo sonhava. Defenderá a equipe brasileira na prova de adestramento dos Jogos Olímpicos de Pequim.

De origem humilde, bem diferente da maioria de seus colegas do elitista mundo do hipismo, Clementino é o primeiro cavaleiro negro da história do Brasil a se classificar para uma Olimpíada.

¨Minha paixão era montar em boi, ficar no meio do gado. Como morei desde pequeno em fazenda, sempre gostei de bicho. Eu gostava de adrenalina, gostava de loucura¨, diz Clementino, 26, natural de Ivinhema (MS).


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Apesar da paixão pelo rodeio, o ex-peão esteve longe das glórias nesta atividade. Sem patrocinadores e sem condições de bancar uma preparação física adequada, ele abdicou do sonho devido à insistência de sua mulher, Ana Paula, então sua namorada.

¨Ela falava: ´Roger, não vai montar (touros em rodeios), isso é perigoso´. Ela ficava me enchendo o saco até que comecei a ficar só na parte de cavalo. Tem uma certa fase da vida em que você tem que parar para pensar¨, afirma.

Ao trocar o rodeio pelo adestramento, Clementino não apenas satisfez sua companheira, mas também começou a colher bons resultados.

Montando o cavalo Nilo V.O., ele foi campeão brasileiro e medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2007, feito que classificou o país para a Olimpíada.

O ex-peão foi o primeiro cavaleiro brasileiro a conquistar o índice necessário para integrar a equipe que vai aos Jogos de Pequim.

Origem humilde

Clementino cresceu em uma fazenda, filho de uma doméstica, irmão de um servente, e superou uma infância humilde para chegar a ser atleta olímpico. Trabalhou como tratador dos cavalos e limpador de baias no haras do empresário José Victor Oliva, em Araçoiaba da Serra (SP), onde conheceu o adestramento.

¨Eu acordava muito cedo, limpava as baias, tratava dos cavalos. Aí ia montar. Eu era tratador¨, diz o atleta, medalha de bronze por equipes nos Jogos Pan-Americanos do Rio, no ano passado.

Apesar de ser negro e ter origem humilde, Clementino afirma que nunca sofreu preconceito nas competições, mas que encararia atos racistas como incentivo para continuar trilhando seu caminho.

¨Todos somos iguais, independente de raça ou cor. O preconceito é uma coisa tão feia. O bonito é você olhar para o outro e querer o bem dele. Mas se eu tivesse sofrido algum preconceito, só serviria para me motivar mais¨, diz.

¨A minha história serve de exemplo de que nada é impossível. Eu vim do Mato Grosso do Sul, era limpador de baia e hoje consigo competir ao lado de todas as feras. Isso é motivo de orgulho para mim. Ninguém é melhor do que ninguém¨, afirma.

Equipe

Além de Rogério Clementino, a equipe brasileira olímpica de adestramento contará com Luiza Almeida, 16, que também competiu ao lado do ex-peão no Pan do Rio. A terceira vaga do país pode não ser preenchida -- para obter a classificação, o cavaleiro ou amazona precisa obter pelo menos 64% de desempenho em duas disputas diferentes.

No adestramento, o conjunto inicia a prova com 100% e executa uma série de movimentos, perdendo pontos de acordo com a avaliação dos juízes. São avaliados movimentos como passo, trote e galope de acordo com o grau de dificuldade em sua execução.

¨Quando estou montando, tenho que ser o mais discreto possível e mostrar para o público que o cavalo está me dirigindo. Para você perceber as diferenças entre uma prova boa e uma prova ruim, tem que estar dentro do meio¨, concluiu Clementino.

Cavalo dribla leilão, doação e descrença para chegar à Olimpíada

De um cavalo rejeitado, leiloado e doado para um amigo a um animal de 500 mil euros. A história do puro sangue lusitano Nilo V.O., que será montado pelo cavaleiro Rogério Clementino na prova de adestramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, é digna de um filme de Hollywood -- a exemplo da trajetória do próprio cavaleiro.

Nilo nasceu há 14 anos no haras do empresário José Victor Oliva, em Araçoiaba da Serra (SP), que, até então, tinha pouca experiência com cavalos esportivos. A primeira experiência do animal com o mundo esportivo se deu por meio de um sobrinho do criador, que o utilizou em provas de salto.

Quando Magim Rodrigues, então diretor-geral da AmBev, começou a montar, Nilo foi o presente que recebeu de Oliva. A estadia do cavalo com o executivo durou pouco, e o animal acabou voltando ao haras onde nasceu.

Mas Oliva novamente não acolheu Nilo e o colocou em um leilão. Por R$ 15 mil, ele foi vendido -- posteriormente, seria devolvido mediante a devolução de R$ 10 mil do valor pago.

Foi aí que Rogério Clementino entrou na história. ¨O Rogério trabalhava comigo havia cinco, seis anos, fazendo serviços gerais, limpando baias. Em um determinado momento, o Nilo foi devolvido pelo dono e ele pediu para montar o cavalo¨, conta Oliva, que estima o valor atual do animal em cerca de 500 mil euros.

A parceria deu resultado quase instantâneo e conquistou o bicampeonato brasileiro de equitação de trabalho -- uma modalidade que simula os trabalhos do campo. Em 2006, cavalo e cavaleiro se aventuraram em um outro esporte, o adestramento.

Em menos de dois anos, eles conquistaram o Campeonato Nacional, a medalha de bronze por equipes nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e a vaga para a Olimpíada de Pequim, que será disputada em agosto.

¨Esse cavalo é um exemplo para mim e para minha família de que tudo é possível. Eu já me arrependi várias vezes de ter vendido esse cavalo. Ele tem um coração, uma paixão gigante. Foi uma história comparável à do Seabiscuit¨, afirma o empresário.

Indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor filme de 2004, Seabiscuit conta a história de um cavalo subestimado, de pequeno porte, que se transforma no grande vencedor das provas de turfe durante o período da Grande Depressão nos Estados Unidos.

Responsável pelo treinamento de Nilo V.O., Clementino, ou Roger, como é chamado por Oliva, minimiza a sua importância no sucesso obtido pela dupla e coloca a maior parte do mérito em seu parceiro.

¨Eu tinha certeza de que ele era um grande cavalo e de que ia dar certo no esporte. Você pode ser o melhor do mundo, mas o Schumacher não vai ganhar com um fusca

  

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