Após virada do semestre, fundos saem e Bovespa desaba 01/07/2008
- Aluísio Alves - Reuters
Com baixa de 2,49%, o Ibovespa recuou aos 63.396 pontos e agora tem variação negativa de 0,77% no ano
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o segundo semestre esvaziando os ganhos acumulados em 2008, em dia de forte oscilação nos mercados internacionais. Com baixa de 2,49%, o Ibovespa - índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa - recuou aos 63.396 pontos nesta terça-feira e agora tem variação negativa de 0,77% no ano. O volume negociado foi de R$ 6,49 bilhões.
De acordo com profissionais do mercado, a principal explicação para o movimento foi a saída dos gestores de fundos de investimentos da ponta compradora, movimento que garantiu valorização do Ibovespa nas últimas duas sessões de junho. Foi o que garantiu às carteiras atreladas ao índice fechar o semestre no azul. ¨Agora, houve uma correção¨, disse Rogélio Gonzalez, assessor de investimentos da Fator Corretora.
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A pressão vendedora de ações foi turbinada pela intensa oscilação das bolsas internacionais. Em meio a notícias de empresas financeiras como a agência de classificação de risco Moody´s e o banco UBS, o principal índice europeu de ações caiu ao menor nível desde outubro de 2005.
No meio do dia, Wall Street reverteu para cima, no encalço de dados econômicos da economia dos Estados Unidos e de números de vendas da montadora General Motors, que vieram acima das expectativas. O índice Dow Jones subiu 0,28%.
Mercado interno não se recupera
Essa reviravolta não foi acompanhada na bolsa paulista, onde os investidores preferiram olhar para os preços recordes do petróleo e para notícias corporativas domésticas para manterem-se na ponta vendedora, segundo operadores.
As ações de companhias aéreas sucumbiram novamente, em meio ao temor de aumento de custos com combustíveis. As preferenciais da TAM lideraram a ponta negativa do Ibovespa, desabando 7,5%. Em 2008, a queda já supera dos 40%. Na mesma trilha, as preferenciais da GOL perderam 7,3%, a R$ 16,61.
Outro destaque baixista ficou com as ações ordinárias do Banco do Brasil, com recuo de 5,74%, a R$ 24,65, depois de o Conselho Monetária Nacional (CMN) ter recomendado, na véspera, dobrar a participação do capital estrangeiro no capital do banco, abrindo a porta para a realização de uma nova oferta pública de ações.
Para completar, as preferenciais da Vale, que estão entre as de maior peso no Ibovespa, perderam 3,5% no dia em que a companhia confirmou interesse na compra de unidades da mineradora Paranapanema. As preferenciais desta última deram um salto de 10,8%, a R$ 8,20.