Economistas prevêem inflação acima do teto da meta em 2008 21/07/2008
- Eduardo Cucolo - Folha Online
Economistas e analistas do mercado financeiro já prevêem inflação acima do teto da meta fixada para 2008, segundo a pesquisa semanal do Banco Central conhecida como relatório Focus. Também se espera um aumento maior dos juros em 2009.
A expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve como meta de inflação, subiu pela 17ª semana seguida. O IPCA deve fechar o ano a 6,53%, acima dos 6,48% esperados até a semana passada. Se confirmado, o indicador ficaria acima do teto da meta de inflação para esse ano, que é de 6,50% (meta de 4,5% com dois pontos percentuais de tolerância).
Para 2009, a previsão para o IPCA ficou estável em 5%, acima do centro da meta, mas ainda dentro da margem de tolerância.
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Os demais indicadores de inflação pesquisados pelo BC também tiveram as projeções para 2008 elevadas pelo mercado.
A expectativa do mercado para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) subiu de 11,66% para 12,03%; e o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) teve a previsão aumentada de 11,92% para 11,96%. A expectativa para o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômica) ficou estável em 6,51%.
Juros
Os economistas mantiveram a previsão de que a taxa básica de juros termine 2008 em 14,25% ao ano, feita na semana passada. Para o final de 2009, a estimativa para a taxa Selic subiu de 13,50% ao ano para 13,75% ao ano.
O mercado espera um aumento dos juros de 12,25% para 12,75% a.a. na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) desta quarta-feira. Também prevê uma alta para 13,25% na reunião no início de setembro; 13,75% em outubro; e para 14,25% em dezembro (o Copom se reúne a cada 45 dias aproximadamente).
No começo de junho, o Copom aumentou a taxa básica de juros de 11,75% para 12,25% ao ano. Na ata da reunião, os diretores do BC dizem que continuarão aumentando os juros ¨enquanto for necessário¨.
Dólar em queda
A estimativa para o dólar caiu de R$ 1,65 para R$ 1,63 no final deste ano. Para dezembro de 2009, a previsão recuou de R$ 1,75 para R$ 1,74. Na semana passada, a moeda fechou cotada a R$ 1,589, a menor cotação desde janeiro de 1999.
Com o dólar mais desvalorizado, a estimativa para o saldo da balança comercial em 2008 caiu de US$ 22,78 bilhões para US$ 22,67 bilhões. Para 2009, foi mantida em US$ 15 bilhões. A expectativa para o saldo em conta corrente subiu de um resultado negativo de US$ 23,9 bilhões em 2008 para US$ 24 bilhões.
Foram mantidas as expectativas de investimentos estrangeiros diretos de US$ 33 bilhões (2008). Para 2009, foi mantida a previsão de US$ 30 bilhões.
PIB
A previsão para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) se manteve em 4,80% em 2008. Para 2009, foi mantida a taxa de 4%.
Também houve ligeira mudança na previsão para a relação dívida/PIB, de 40,9% para 40,5% neste ano.