DIA A DIA

Produtor rural deve ter cautela na safra 08/09, recomenda CNA
07/08/2008 - Agência Estado

O presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, disse ontem que o produtor rural deve ter cautela na safra 2008/2009. Segundo ele, está havendo uma retração no crédito e um aumento do custo da produção, além da volatilidade dos preços das commodities no mercado internacional.

¨A CNA recomenda que o produtor tenha o pé no chão e não entre na próxima safra acreditando em milagres porque milagres não acontecem há muitos anos no setor rural¨, disse Schreiner. A CNA divulgou ontem um documento detalhando os custos de produção de alguns grãos. Nesse estudo, a CNA afirma que a volatilidade do mercado internacional provocou uma queda de 20% nos preços da soja e uma queda nos últimos dias de 17% nos preços internos.

Schreiner informou que 90% da safra de soja atual já foram comercializados. Segundo ele, os custos de produção para o grão aumentaram entre 20% e 55% em relação à última safra em função principalmente do aumento dos preços dos fertilizantes. O presidente da Comissão disse que o quadro preocupa porque somente 7% da próxima safra de grãos já foram contratadas pelas empresas de trading, enquanto que, no mesmo período do ano passado, esse percentual girava entre 22% e 25%.


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Isso significa, na avaliação de Schreiner, que o produtor está arcando praticamente sozinho com todos os riscos da produção. Outro cenário preocupante, afirmou, é que apenas 45% dos produtores já compraram fertilizantes para a próxima safra. ¨A preocupação é qual será o custo para quem ainda não comprou e a que preço esse produtor vai conseguir vender seus produtos no mercado futuro¨, ponderou.

Schreiner afirmou ainda não haver previsão de redução de custos para o plantio da próxima safra. Segundo ele, não existe expectativa de barateamento do preço dos fertilizantes pelo menos até 2011. Ele disse que pesa também no custo da produção o preço dos defensivos agrícola e do óleo diesel. A previsão da CNA é que esse cenário deve levar o produtor a utilizar uma tecnologia mais baixa na próxima safra, o que pode levar a uma queda da produtividade.

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