Pelo menos 100 morreram no acidente no aeroporto de Madrid 20/08/2008
- Agências internacionais
Um avião da Spanair com 173 pessoas a bordo sofreu um acidente no aeroporto de Barajas, em Madri, nesta quarta-feira, 20. A aeronave teria saído da pista enquanto decolava, provocando um incêndio em um dos gramados, formando uma grande coluna de fumaça. O número de vítimas ainda é incerto. Segundo o jornal espanhol El Pais, fontes do governo afirmam que pelo menos 100 pessoas morreram. Segundo serviços de resgate, apenas 26 pessoas sobreviveram, e 19 delas estão em condições críticas. Se confirmada a nova informação, a cifra de mortos aumentará para 147, fazendo deste o pior acidente aéreo ocorrido na Espanha em mais de duas décadas.
Pelo menos 19 pessoas ficaram gravemente feridas e outras 35 não sofreram ferimentos. Acredita-se que um incêndio no motor tenha causado o acidente, ocorrido pouco antes das 14h30 (horário local). O vôo JK5022 deixava Madri com destino a Las Palmas de Gran Canária no momento do desastre. A aeronave não conseguiu levantar vôo e saiu por uma das cabeceiras da pista, provocando o incêndio. Pouco antes, uma primeira tentativa de decolagem foi abortada por causa de problemas técnicos.
Segundo o repórter do Estado, Livio Oricchio, que estava em um dos vôos impedidos de decolar após o acidente, a área atingida pelo fogo é muito grande e há vários carros do serviço de emergência no local. Lívio segue para Valência, onde fará a cobertura do Grande Prêmio da Europa de Fórmula 1.
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Em seu site, a Spanair afirma que está prestando apoio às autoridades espanholas e que foi colocado um número para informar familiares e amigos sobre os passageiros que estavam no vôo. Um porta-voz da companhia disse que os nomes dos passageiros só serão divulgados após terem informado a todos os parentes. O vôo da Spainair era compartilhado com a companhia aérea alemã Lufthansa. Segundo a companhia escandinava SAS, proprietária da Spanair, 166 passageiros e seis tripulantes estavam a bordo do avião.
Uma fonte dos serviços de emergência disse que o número de mortos é muito maior e que somente cerca de 25 pessoas sobreviveram. ¨Eles estão retirando corpos carbonizados. O avião está totalmente destruído¨, disse a fonte.
Os pilotos da Spanair ameaçaram entrar em greve no início da manhã, horas antes do acidente, em protesto por um plano para salvar a empresa de dívidas. A SAS chegou a colocar a companhia espanhola à venda em 2007, mas por conta da alta do preço dos combustíveis e a queda da demanda, a concorrente Ibéria e a empresa espanhola Marsans retiraram suas propostas de compra. A Spanair é responsável pelas maiores perdas da SAS, com prejuízo de mais de US$ 80,9 milhões na primeira metade de 2008. Recentemente, foi anunciado um plano para cortar 25% da capacidade da empresa e 1.062 empregos.
Os dois últimos acidentes com vítimas no aeroporto de Barajas ocorreram em 1983. Em 27 de novembro daquele ano, 181 pessoas morreram e 11 se salvaram devido à queda de um Boeing 747 da companhia colombiana Avianca perto do aeroporto de Madri. O avião se preparava para aterrissar em Barajas. Dias depois, em 7 de dezembro, 93 pessoas morreram e 31 ficaram feridos devido à colisão na pista de decolagem do aeroporto de Barajas entre um Boeing 727 da Iberia e um DC-9 da Aviaco, incidente causado pela existência de nevoeiro.
O mais grave desastre aéreo da aviação registrado até hoje, segundo a Aviation Security Network, aconteceu em 1977, quando duas aeronaves das companhias Pan Am e KLM chocaram-se na hora da decolagem no Aeroporto de Tenerife, na Espanha, matando 583 pessoas.