O dólar comercial foi cotado a R$ 1,788 na venda, com avanço de 0,90%, nos últimos negócios desta quarta-feira. Trata-se do preço mais alto para a moeda americana desde 23 de janeiro deste ano. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi negociado a R$ 1,910, num salto de 2,13%.

A taxa de câmbio hoje oscilou entre a cotação mínima de R$ 1,769 e a máxima de R$ 1,799.

Profissionais de mercado ressaltam que o temor de uma desaceleração, ou mesmo uma recessão global, aumenta o nível de aversão ao risco dos agentes financeiros. As economias emergentes pagam o preço, na medida em que grandes investidores saem das Bolsas de Valores e vendem moeda local para comprar dólares, mesmo com a perspectiva, como no caso do Brasil, de uma elevação dos juros básicos.


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Corretores notam ainda que a disparada do câmbio nos últimos dias -- zerando as perdas acumuladas neste ano -- foi feita em cima de um volume financeiro pouco abaixo do regular. Em vez dos habituais US$ 5 bilhões negociados diariamente no mercado interbancário de câmbio, o giro caiu para cerca de US$ 3 bilhões.

¨As Bolsas mundiais operaram em baixa na maior parte do dia. Todo mundo está preocupado com a economia global e com mais aversão a risco¨, avalia Celso Siqueira, operador da corretora Advanced, que nota a saída brusca dos investidores de aplicações em commodities para o dólar. ¨De certa forma, as commodities estão precificando o dólar¨.

Copom

Para economistas, o resultado surpreendente do PIB no segundo trimestre -- crescimento de 6,1% ante projeções de 5,2% -- reforçou as apostas da Selic mais alta, porque ¨confirma¨ a preocupação do Banco Central com a demanda aquecida.

O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia dentro de poucas horas sua decisão sobre a taxa básica de juros do país, hoje em 13% ao ano. O consenso do mercado financeiro prevê um ajuste para 13,75%.

Juros futuros

O mercado futuro de juros, que serve de referência para as tesourarias dos bancos, revisou para baixo as taxas projetadas para 2010 e 2011.

No contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada avançou de 13,95% ao ano para 13,97%; no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada cedeu de 14,82% para 14,71%; e no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada recuou de 14,55% para 14,35%.

Hoje, a primeira leitura do IGP-M apontou estabilidade no início de setembro, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). Outro índice de inflação, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), apontou alta de 0,47% -- a maior variação desde a terceira semana de julho -- na abertura do mês de setembro.

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