A alta dos preços de materiais de construção afeta os projetos habitacionais destinados à população de baixa renda, mostrou reportagem do Correio Brasiliense de 15/9. Como projetos desse tipo constam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), também será difícil que este atinja as metas.

Aço, tijolos, areia, brita, cimento e tábuas de madeira, itens básicos da construção, registraram altas de preços entre 20,16% e 29,90% nos últimos 12 meses, até agosto, segundo o Sinduscon-SP e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Em setores dominados por poucas empresas, como os de cimento e aço, os preços subiram mais, enquanto a mão-de-obra subia menos (10,1%). O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) avançou 11,4% no período e o IPCA, 6,17%.

Nos últimos anos, com a melhora da economia, da oferta de crédito e a queda de juros, o setor imobiliário teve forte expansão. Mas a construção de moradias populares enfrenta obstáculos. Além do custo de materiais, incorporadores que pagaram um valor elevado por terrenos não conseguem produzir habitações a preço compatível com a renda dos mutuários.


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O governo do Distrito Federal suspendeu a licitação para construir 1.290 casas populares, por desinteresse das empresas. O secretário de Obras, Márcio Machado, admitiu que o governo está ¨refazendo as contas¨ para definir novos valores. Contratos em execução foram reajustados. ¨Ou fazíamos isso ou as obras parariam.¨

Os contratos do PAC são reajustados a cada 12 meses, ¨mas muitas empresas estão pedindo antecipação do aumento para compensar a alta dos materiais¨, diz o diretor da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas, Carlos Lima Jorge.

O quadro se repete em vários Estados, afetando construtores que dependem também de decisões dos municípios, sujeitas a mudanças após as eleições, como as do crédito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com juro subsidiado. Estima-se entre 150 mil e 200 mil o número de casas populares que serão financiadas pela Caixa Federal neste ano.

O número seria maior, não fossem os entraves burocráticos e a limitação de linhas como as do Programa de Subsídio à Habitação Social (PSH). A maioria dos problemas se deve à aceleração da atividade imobiliária após anos de estagnação. Mas o governo pode agir, por exemplo, descentralizando a aplicação de recursos do FGTS.

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