Bolsas asiáticas abrem com fortes quedas nesta sexta 10/10/2008
- BBC
As principais bolsas asiáticas abriram com fortes quedas na manhã desta sexta-feira, depois de um dia de grandes perdas na maioria dos mercados do mundo.
Em Tóquio, o índice Nikkei chegou a cair 11,3% nas primeiras horas da manhã.
Já as bolsas da Coréia do Sul, Cingapura e Austrália apresentaram recuos de cerca de 7%.
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Em Xangai, os mercados começaram o pregão em queda de 3,79% e o índice Hang Seng, de Hong Kong, abriu com recuo de 7,7%.
Os primeiros resultados das bolsas asiáticas acompanharam a tendência de perdas expresivas nos mercados ocidentais nesta quinta-feira.
Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 7,33% e atingiu seu nível mais baixo em pontos em cinco anos, ficando abaixo dos 9 mil pontos (8.579, 19), enquanto o Nasdaq ficou em -5,47%.
A Bovespa, em São Paulo, seguiu a tendência americana e fechou em -3,92%.
Apesar das diversas medidas para tentar conter a crise financeira tomadas nos últimos dias por governos de todo o mundo, os investidores temem que a turbulência leve a uma recessão global.
Ajuda de emergência
Com o agravamento da crise financeira, o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, anunciou nesta quinta-feira em Washington que o Fundo ativou um mecanismo de emergência para ajudar países que estão sendo seriamente afetados pela turbulência.
O mecanismo, criado em 1995, permite a aprovação de empréstimos mais rapidamente pelo fundo. Foi usado pela primeira vez durante a crise asiática de 1997, quando Tailândia, Filipinas, Indonésia e Coréia do Sul foram beneficiados.
“Nós estamos prontos para responder a qualquer pedido de países que enfrentam problemas”, disse Kahn, acrescentando que alguns países desenvolvidos podem ser ajudados.
Kahn revelou à BBC que já tem alguns países em vista como possíveis candidatos à ajuda do FMI, mas se recusou a revelar quais.
Recessão global
Também ontem, o diretor-gerente do FMI disse que o mundo está entrando em uma ¨recessão global¨ e que o sistema financeiro internacional só deve começar a se recuperar da atual crise na segunda metade de 2009.
¨Nosso parecer é que o crescimento das economias avançadas será próximo de zero no ano que vem e de cerca de 3% na economia global¨, disse Strauss-Kahn. ¨Assim, estamos à beira de uma recessão global.¨
¨Na primavera (no hemisfério norte, outono no Brasil), o FMI foi criticado por ser pessimista demais¨, acrescentou. ¨Infelizmente, fomos otimistas demais.¨
Strauss-Kahn também comentou o avanço da crise bancária na Europa e afirmou que os países da União Européia precisam adotar ações coordenadas em relação ao problema.
Para o diretor-gerente do FMI, qualquer ação unilateral – como as que foram anunciadas nos últimos dias por vários países do bloco – ¨precisa ser evitada ou mesmo condenada¨.
¨Faço um apelo aos países europeus para que trabalhem juntos¨, acrescentou. ¨Não há solução doméstica para uma crise como esta.¨
Também ontem, o Banco Central Europeu injetou mais US$ 100 bilhões no sistema bancário dos países que adotam o euro como moeda, além de dar crédito ilimitado aos países do bloco até pelo menos janeiro do ano que vem.
As injeções de capital ocorreram depois que sete bancos centrais de todo o mundo anunciaram juntos uma redução nas taxas de juros, em uma ação coordenada para tentar frear o desaquecimento econômico.