Bovespa cai mais de 10% e pára pela terceira vez na semana 10/10/2008
- Agência Estado
O circuit breaker da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi acionado às 10h34 (de Brasília) desta sexta-feira, pela terceira vez na semana, quando a Bolsa acumulou uma queda de mais de 10% no dia, aos 33.303 pontos. Trata-se de um procedimento estabelecido pela Bolsa, sempre que o Ibovespa - índice que mede o desempenho das ações mais negociadas - chega a uma queda de 10% em relação ao índice de fechamento do dia anterior. Os negócios ficarão interrompidos por 30 minutos.
No momento em que as operações foram interrompidas na Bolsa, as ações ON da Petrobras caíam 8,02% e as ações PN operavam na mínima, com baixa de 11,09%, aos R$ 23,01. Vale ON também tinha chegado à mínima, de R$ 24,65, com perda de 11,78%. AS PNA da mineradora recuavam 9,86%. Nas maiores baixas do Ibovespa apareciam Friboi ON (-19,12%), Unibanco Unit (-17,31%), Cyrela ON (-17,08%) e CSN ON (-16,55%).
Na última segunda-feira, o mecanismo foi acionado duas vezes. A primeira quando a queda bateu em 10%, aos 18 minutos de pregão - os negócios foram interrompidos por meia hora - e o segunda às 11h43, quando o índice derreteu até 15% e parou por uma hora, na terceira vez em que isso acontece em sua história. No dia 29 de outubro, a Bovespa interrompeu o pregão pouco antes das 15 horas, quando o Ibovespa caía 10,16%. Na ocasião, o circuit breaker foi acionado pela primeira vez desde janeiro de 1999.
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Desde outubro de 1997, esta é a 12ª sessão em que o sistema de interrupção dos negócios é acionado pela Bovespa.
Na quarta-feira, a Bovespa foi afetada pela piora em Wall Street e fechou em queda 3,92%, aos 37.080 pontos, após operar em alta durante a maior parte do dia. O patamar de fechamento é o menor desde 3 de outubro de 2006 (36.437,55 pontos).
O circuit breaker é um mecanismo utilizado pela Bovespa que permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento e o rebalanceamento das ordens de compra e de venda. Esse instrumento constitui-se em uma ¨proteção¨ à volatilidade excessiva em momentos atípicos de mercado, segundo informa a Bolsa.
Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa atinja uma oscilação negativa de 15% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os negócios na Bovespa, em todos os mercados, serão interrompidos por uma hora.
Bush e G7
Na tentativa de acalmar mercados, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, faz pronunciamento nesta manhã, na Casa Branca. No mesmo esforço, os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G-7 (que inclui Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Grã-Bretanha e os EUA), se reúnem a partir das 15 horas (de Brasília) e o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, dá entrevista coletiva às 19h45.
Nova York
Os índices da Bolsa de Nova York também abriram em baixa nesta sexta, seguindo os mercados da Europa e Ásia. Às 10h44 (de Brasília), Dow Jones cedia 2,55%, Nasdaq recuava 2,05% e S&P 500 perdia 3,39%. Na quinta-feira, uma onda de pânico tomou conta dos investidores na última hora da sessão na Bolsa de Nova York, fazendo com que o índice Dow Jones atingisse o seu pior nível em cinco anos.
Prejudicado por temores com o futuro dos bancos e da General Motors, o DJ caiu 7,33%, operando abaixo dos 9 mil pontos pela primeira vez desde 2003, enquanto o Nasdaq perdeu 5,47%.