O ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari, 71, recebeu nesta sexta-feira o prêmio Nobel da Paz de 2008 por seu destaque em mediações de conflitos internacionais. Ele atuou no fim dos confrontos na Namíbia; em Kosovo; e no embate entre o governo da Indonésia e os rebeldes da província de Aceh.

Em Kosovo, que luta por seu reconhecimento como país, a premiação foi comemorada. Na Sérvia, que luta para manter Kosovo como Província, o ato foi visto como forma de pressão. ¨Foi extraordinária a avaliação do Comitê Norueguês do Nobel de dar o merecido crédito ao homem que fez tanto --por tanto tempo-- pela paz e estabilidade em várias partes do mundo¨, disse o presidente kosovar, Fatmir Sejdiu. ¨Sem dúvida, a decisão foi política¨, acusou Vojislav Kostunica, ex-primeiro-ministro sérvio.

Confira a repercussão da escolha do finlandês em outros países:


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Angela Merkel, chanceler alemã: ¨Ele mostrou por muitas décadas, em diferentes continentes, que, com visão, perseverança, habilidade e persuasão, é possível chegar à paz e a soluções justas para conflitos difíceis.¨

Mary McAleese, presidente da Irlanda: ¨A entrega deste prestigioso prêmio é um reconhecimento justo ao trabalho extraordinário deste quieto e modesto campeão da paz que, por muitos anos, buscou encerrar difíceis e teimosos conflitos. O trabalho dele com Cyril Ramaphosa em verificar se o IRA deixara as armas garantiu a ele, corretamente, a gratidão do povo irlandês.¨

Konstantin Kosachev, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara Baixa do Parlamento russo: ¨Eu não vejo fundamento para esse respeitado político receber tão grande -- talvez a maior -- glória da comunidade internacional. Parece uma tentativa de assinar, tardiamente, um tipo de certificação de qualidade para o que chamam de ´plano Ahtisaari´ para Kosovo. Todos sabem, esse plano não apenas não resolveu nenhum dos problemas como atrasou o reconhecimento legítimo de Kosovo como uma nação independente.¨

Javier Solana, chefe da diplomacia da União Européia: ¨Ele fez enormes contribuições para a solução de conflitos internacionais nas últimas três décadas e em vários continentes.¨

Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU: ¨Ninguém melhor poderia ter recebido o Prêmio Nobel da Paz. Ele é o único homem que conheço que obteve a paz em três continentes --África, Ásia e Europa. Ele sempre está pronto para responder a um chamado e fazer esse mundo um lugar melhor.¨

Carl Bildt, chanceler sueco e ex-enviado da ONU aos Bálcãs: ¨Nem tudo foi bem-sucedido, mas a soma dos diferentes esforços dele e de seu compromisso com a paz e a conciliação merecem atenção, honra e recompensa.¨

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