DIA A DIA

Sem pato ao tucupi, Círio deve atrair 2 milhões de pessoas a Belem
11/10/2008 - João Carlos Magalhães - Agência Folha

O Círio de Nazaré, que acontece amanhã em Belém (PA), terá neste ano sua mais rica edição, mas um de seus elementos tradicionais deve faltar: o pato ao molho de tucupi.

Antes considerado obrigatório entre os pratos da festa, que é uma das maiores celebrações religiosas do mundo, o pato vivo está em falta nas feiras livres da capital paraense.

Nas últimas semanas, ele só era encontrado com regularidade no tradicional mercado Ver o Peso e na feira da 25 de Setembro, outro centro de comércio popular da cidade.


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Para o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que analisa os impactos econômicos da celebração, a baixa oferta da ave é resultado de seu alto preço -- chega a custar R$ 11 o quilo.

Isso obriga as pessoas a migrarem para outros tipos de alimentos mais baratos, como a carne de frango, o peru e a maniçoba (um caldo preparado com folhas).

O Círio-2008 deve movimentar, no comércio, indústria e serviços, aproximadamente R$ 600 milhões, 10% a mais do que no ano passado, calcula o departamento.

São esperados 76 mil turistas de outros Estados, que devem gastar cerca de R$ 50 milhões. O orçamento da festa também foi recorde: R$ 1,7 milhão --24% a mais do que em 2007.

Há cerca de um mês, o tema já serve de mote para que supermercados, hotéis e até empresas de mineração anunciem nas TVs, acenando com promoções e produtos especiais ou simplesmente tentando se promover com a festa.

No Pará, o Círio é considerado, tanto do ponto de vista religioso quanto comercial, tão importante quanto o Natal.

Neste ano, são esperadas cerca de 2 milhões de pessoas em Belém, número parecido com o das duas últimas edições.

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