A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registra ganhos modestos após a primeira hora de negócios na jornada desta terça-feira, quando chegou a disparar 7%. As medidas anunciadas pelos governos europeus e dos EUA para enfrentar a crise dos créditos ¨subprimes¨ foi muito bem recebida por analistas e investidores. No entanto, ainda permanece a cautela com a perspectiva de uma possível recessão nas economias centrais.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, avança 1,62% e atinge os 41.488 pontos. O giro financeiro é de R$ 2,48 bilhões.
O dólar comercial é negociado a R$ 2,100 para venda, em decréscimo de 2,09% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 443 pontos, número 13,9% abaixo da pontuação anterior.
PUBLICIDADE
Na Europa, as principais Bolsas de Valores também reduziram o ritmo de recuperação: em Londres, o índice FTSE sobe 2,23%, enquanto o Dax, do mercado de Frankfurt, valoriza 1,65%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York opera instável, com ganho de apenas 0,20%.
O governo americano anunciou hoje que vai usar US$ 250 bilhões, do pacote de US$ 700 bilhões, para adquirir ações de grandes instituições financeiras avariadas pelos problemáticos créditos hipotecários. O presidente George W. Bush afirmou que o novo capital a ser injetado nessas empresas ¨vai ajudar a que os bancos façam empréstimos a empresas e pessoas e a compensar as perdas ocorridas durante a crise financeira¨.
¨Dessa maneira vamos estimular a criação de empregos e o crescimento econômico. É uma medida de curto prazo essencial¨ para dar apoio a um sistema financeiro debilitado, justificou o presidente americano.
Analistas ressalvam que os pacotes podem evitar a quebradeira do sistema financeiro, mas possivelmente não devem impedir a recessão, que bate às portas dos EUA e da Europa: a General Motors, a maior fabricante de automóveis do mundo, anunciou o fechamento de duas fábricas nos EUA. A Ford Motors deve demitir 500 funcionários. Na Europa, o Banco da França admitiu que o país já está em recessão, após dois trimestres de crescimento negativo do PIB (a soma das riquezas produzidas).
Euforia
Ontem, o dia foi de euforia em diversas Bolsas ao redor do mundo. Entre o final de semana e ontem, os governos europeus ¨atenderam¨ aos pedidos do mercado financeiro e anunciaram uma série de medidas para enfrentar os desdobramentos da pior crise econômica dos últimos 80 anos, na visão de muitos economistas.
As iniciativas anunciadas pelos países europeus podem se desdobradas em: injeção de mais recursos no sistema financeiro; a capitalização de bancos às voltas com grandes perdas, por meio da compras de ações; a garantia dos depósitos bancários, de modo a evitar o pânico e a corrida aos bancos, tal como visto na crise de 1929. No total, o dinheiro reservado para essas medidas supera a casa dos US$ 2 trilhões.
Além dos países da zona do euro, a Inglaterra também tinha anunciado um pacote semelhante de ajuda de 50 bilhões de euros (cerca de US$ 68 bilhões), a serem usados para comprar ações dos principais bancos do país. Já na Rússia, o governo sancionou um pacote de leis para estabilizar os mercados financeiros. Os analistas cifram o plano russo em mais de US$ 150 bilhões.