Bolsa amarga baixa de 3,9%; dólar recua para R$ 2,25 27/10/2008
- Folha Online
Mesmo após quatro dias de queda, em que perdeu 20%, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo)Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) ainda opera em terreno negativo nas operações desta segunda-feira. A perspectiva de uma recessão global tira o ânimo do investidor para voltar às compras, mesmo com um indicador econômico um pouco mais favorável nos EUA.
Os dois principais bancos brasileiros privados já revelaram seus balanços: o lucro do Bradesco teve crescimento de 3,2%; o lucro do Itaú caiu de R$ 2 bilhões para R$ 1,8 bilhão (número preliminar).
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, desvaloriza 3,90% para os 30.255 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,44 bilhão.
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As commodities (matérias-primas) são um dos principais ¨canais de transmissão¨ da crise internacional para a Bolsa brasileira: com a perspectiva de uma recessão global, e menor demanda, os preços caem continuamente. Um dos principais exemplos é o petróleo: a cotação do barril já bateu US$ 63 em Nova York e US$ 60 em Londres.
A ação preferencial da Petrobras, com volume de R$ 286 milhões, despenca 6,51%, arrastando a Bovespa.
O dólar comercial foi cotado a R$ 2,254 na venda, o que representa um decréscimo de 3,13% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 624 pontos, número 3,40% abaixo da pontuação anterior.
O Banco Central já vendeu moeda no mercado à vista -- num total de US$ 1,25 bilhão - além de ter colocado outros US$ 815 milhões em contratos de ¨swap¨ cambial, que oferecem proteção aos agentes financeiros contra as oscilações do dólar.
As Bolsas européias passaram boa parte da jornada registrando baixa, mas inverteram próximo ao fechamento, a exemplo de Londres (0,19%) e Frankfurt (1,34%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York avança 0,44%.
No front doméstico, o Banco Central anunciou hoje mais uma mudança nas regras dos depósitos compulsórios recolhidos pelos bancos brasileiros, que pode injetar mais R$ 6 bilhões na economia.
Entre outras notícias, o boletim Focus, preparado pelo BC, mostrou que a maioria dos analistas do setor financeiro projeta inflação mais alta, dólar mais caro e taxa Selic um pouco menos alta para 2008: o IPCA previsto subiu de 6,23% para 6,29%; a expectativa para a taxa de câmbio em dezembro passou de R$ 1,90 para R$ 1,95; e a projeção para a Selic cedeu de 14,50% ao ano para 14,25%.
No setor corporativo, o banco Bradesco divulgou lucro de R$ 1,910 bilhões no terceiro trimestre, um incremento de 3,2% sobre o resultado publicado em idêntico período em 2007. No acumulado de nove meses, a instituição financeira registrou um lucro de R$ 6,015 bilhões, um incremento de 3,4% sobre os ganhos de janeiro a setembro de 2007.
O banco Itaú, a exemplo do Unibanco, fez uma divulgação prévia dos seus resultados do terceiro trimestre, nesta segunda-feira. O lucro trimestral foi de R$ 1,8 bilhão, abaixo do ganho de R$ 2,428 bilhões registrado no mesmo período em 2007.
Os números deste ano do Itaú ainda não foram auditados. Pelo cronograma do banco, a revisão do balanço e a aprovação pelo Conselho de Administração será feita no dia de 3 de novembro, com divulgação oficial prevista para o dia seguinte.