Bolsas se recuperam na Europa e na Ásia; Frankfurt sobe quase 10% 28/10/2008
- Folha Online
As Bolsas européias sobem nesta terça-feira, seguindo o bom desempenho visto nos mercados financeiros da Ásia --que ontem tiveram fortes perdas. A Bolsa de Frankfurt disparou, chegando a subir quase 10%, com as ações da Volkwagen tendo passado de mil euros. As oscilações acentuadas mostram que os investidores continuam sem rumo, diante de um quadro de recessão global cada vez mais próxima.
Às 7h56 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em alta de 2,24% no índice FTSE 100, indo para 3.938,93 pontos; a Bolsa de Paris subia 1,20% no índice CAC 40, indo para 3.104,03 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha alta de 7,73% no índice DAX (que chegou a subir 9,77% mais cedo), operando com 4.670,79 pontos; a Bolsa de Amsterdã subia 0,30% no índice AEX General, que estava com 237,80 pontos; a Bolsa de Milão tinha alta de 0,85% no índice MIBTel, que ia para 14.978 pontos; e a Bolsa de Zurique estava em alta de 0,90%, com 5.550,46 pontos no índice Swiss Market.
Na Ásia, as Bolsas retomaram as altas com a procura por ações baratas no mercado. A Bolsa de Tóquio subiu 6,4% no fechamento após operar abaixo dos 7.000 pontos pela primeira vez desde 1982. A Bolsa de Seul (Coréia do Sul) teve ganhos de 5,57%; a de Xangai (China) subiu 2,44%; e Hong Kong subiu 14,35%. A Bolsa de Jacarta (Indonésia) perdeu 4,21% e a de Sydney (Austrália) caiu 0,34%.
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Ontem, o mercado asiático registrou perdas expressivas: a Bolsa de Tóquio chegou a operar em alta fechou com o menor resultado em pontos desde 1982, com queda de 6,4%, aos 7.162,90 pontos.
Em Frankfurt, as ações da Volks chegaram a ser negociadas hoje a 1.005,01 euros (US$ 1.255,10), uma alta de 93,27%, prosseguindo com a tendência de alta iniciada na véspera pela tomada de controle da Porsche sobre a empresa. Ontem, os papéis da empresa subiram 146%, dentro da tomada progressiva de controle por parte da Porsche.
No setor de energia, as ações da britânica BP (British Petroleum) subiam, com o anúncio de um aumento de produção da empresa no terceiro trimestre. Também no setor de energia subiam os papéis da Total, ENI e Royal Dutch Shell.
As ações da companhia aérea Air France-KLM também tinham alta, depois que o Citigroup elevou a classificação dos papéis da empresa de ¨manter em carteira¨ para ¨compra¨.
EUA
Ontem, as Bolsas americanas fecharam com perdas, ainda afetadas pelo temor quanto ao desempenho futuro da economia americana e sobre a crise financeira. Durante o dia houve ganhos devido à inesperada alta nas vendas de casas novas, que resultou em um momento de otimismo.
Os investidores se preocupam com a forte desaceleração da economia, que pode levar a uma recessão, e esperam resultados trimestrais de empresas financeiras e não-financeiras. O índice Dow Jones caiu 2,42%; o S&P 500 caiu 3,18%; e a Bolsa Nasdaq teve baixa de 2,97%.
As vendas de casas novas nos Estados Unidos subiram 2,7% em setembro, informou o Departamento do Comércio americano nesta segunda-feira. Os preços dos imóveis, porém, caíram ao menor nível em quatro anos. Segundo os dados, a taxa anual ficou em 464 mil unidades, ante 452 mil revista para agosto (queda de 12,6%). Economistas da Reuters esperavam leitura na casa de 450 mil moradias. O preço médio das casas novas, porém, caiu 9,1%, para US$ 218.400, o menor patamar desde setembro de 2004, época em que os preços estavam subindo rapidamente.
Notícias de que o Tesouro dos EUA vai começar a distribuir parte dos US$ 250 bilhões na compra de ações de nove bancos também chegaram a trazer otimismo ao mercado. Os nove bancos são Citigroup, JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Merrill Lynch, Bank of New York Mellon e State Street.
Porém, o mercado teme o tamanho do estrago que pode ocorrer na economia com a falta de crédito no mercado -- problema que fica evidente quando os governos tentam a todo o custo injetar liquidez nos empréstimos interbancários. Segundo alguns analistas, essas medidas podem levar meses para dar resultado, e enquanto isso a economia teria problemas para crescer.