Espera por crédito acessível anima Bolsas na Ásia e Europa 03/11/2008
- Folha Online
As Bolsas européias seguem a tendência vista nos mercados asiáticos e registram alta nesta segunda-feira. A queda nos juros para empréstimos entre os bancos animou os investidores, que esperam que, com isso, o crédito fique mais acessível a empresas e consumidores. Desse modo, o fluxo nos mercados de crédito aumentaria, reativando assim a economia mundial, abalada com a crise financeira.
Às 8h04 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em alta de 0,70% no índice FTSE 100, indo para 4.408,12 pontos; a Bolsa de Paris subia 0,45% no índice CAC 40, indo para 3.502,78 pontos; a Bolsa de Frankfurt subia 1,38%, indo para 5.057,03 pontos; a Bolsa de Milão tinha alta de 1,18% no índice MIBTel, indo para 16.699 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha ganho de 1,21%, indo para 270,93 pontos no índice AEX General; e a Bolsa de Zurique tinha alta de 0,32% no índice Swiss Market, que ia para 6.172,64 pontos.
As ações da mineradora Rio Tinto tinham ganho de 1,5%; as do conglomerado alemão Siemens subiam 2,6%; e as do banco britânico HBOS subiam 3,5%.
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Na Ásia e região, a Bolsa de Hong Kong subiu 2,69%; a da Austrália fechou com alta de 4,78%; na Coréia do Sul, a Bolsa registrou ganhos de 1,44%; a Indonésia avançou 7,72%; a da China teve baixa de 0,52% perto do fim do dia, com o resultado da queda das exportações no PIB (Produto Interno Bruto) chinês neste ano. A agência de notícias Xinhua citou que o país crescerá 9,4% contra 11,4% em 2007, devido à desaceleração da demanda externas por produtos chineses.
Devido a um feriado, a Bolsa do Japão, o principal mercado da região Ásia-Pacífico, não abriu. Na sexta-feira, Tóquio afundou 5,01% e encerrou o pior mês da história da Bolsa japonesa. Em outubro, o acumulado teve queda de 24%, a maior desde 1950, segundo a agência Thomsom Reuters.
As taxas de juros interbancários tiveram recuo, o que favoreceu as altas na Ásia: a taxa Hibor, para empréstimos de três meses entre os bancos em Hong Kong, caiu para 3,08%, menor em seis semanas. A taxa de empréstimos de três meses entre os bancos de Cingapura, ou Sibor, caiu para 3,09%, a menor desde 16 de setembro deste ano.
Em Londres, a taxa Libor (para empréstimos de três meses em dólares e libras entre bancos) caiu para 3,03% na semana passada.
Os membros do comitê de política monetária do BCE (Banco Central Europeu) devem se reunir no próximo dia 6 (quinta-feira), e a expectativa dos analistas é de uma redução de meio ponto percentual na taxa de juros do banco, que deve cair para 3,25% ao ano. O Banco da Inglaterra (BC britânico) deve também cortar sua taxa de juros em meio ponto percentual, para 4%.
Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) reduziu sua taxa de juros de 1,5% para 1% ao ano, depois de, também em outubro, ter reduzido sua taxa em caráter emergencial, de 2% para 1,5%, em uma ação coordenada com outros bancos, incluindo o BCE e o BC britânico.
A redução nos juros pode facilitar a concessão de empréstimos entre as instituições bancárias e pode resultar em uma volta ao normal nas atividades dos mercados de crédito. Com isso, o fluxo de empréstimos e financiamentos para pessoas e empresas pode aos poucos voltar ao normal e reativar a economia mundial, afetada desde o ano passado, mas de maneira mais acentuada desde setembro deste ano, pela crise financeira.
Na Europa, as ações do banco francês Société Générale subiam 2,5%. As ações da petrolífera norueguesa StatoilHydro, no entanto, caíam 2,6%.