Bovespa fecha em alta de 5,24%; NY sobe em dia de eleição 04/11/2008
- Claudia Violante - Agência Estado com Reuters
Petrobras, Vale, siderúrgicas e setor financeiro carregaram a Bolsa de Valores de São Paulo de volta aos 40 mil pontos, patamar perdido em 15 de outubro. A alta das bolsas norte-americanas - e no exterior de maneira geral - no dia em que será escolhido o novo presidente norte-americano também ajudou, assim como a volta dos investidores estrangeiros às compras.
A Bovespa terminou a sessão em alta de 5,24%, aos 40.254,80 pontos. Durante o dia, oscilou entre a mínima de 38.256 pontos (+0,02%) e a máxima de 41.003 pontos (+7,20%). No mês, acumula ganhos de 8,05%, mas, no ano, as perdas são de 36,99%. O giro financeiro foi um pouco mais gordo e somou R$ 5,478 bilhões.
¨Uma série de fatores beneficiou a Bolsa hoje. Os investidores estão voltando aos poucos para o mercado, depois do tombo exagerado registrado no mês passado. Ainda é cedo para dizer que a calma se restabeleceu, mas, no curto prazo, a Bolsa está tentando sair do fundo do poço¨, comentou o gestor-gerente da Infinity Asset, George Sanders.
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Muitos investidores se desfizeram de ordens de vendas, e outros, inclusive estrangeiros, voltaram às compras, estimulados pelo clima mais calmo no exterior e preços atrativos. Em Wall Street, as bolsas subiam ao redor de 2% por volta das 18 horas, hora do fechamento da Bovespa. O Dow Jones subia 2,13%, às 18h20, o S&P avançava 2,83% e o Nasdaq tinha ganho de 1,92%.
As eleições que elegerão o futuro presidente norte-americano vinham ocorrendo sem incidentes e os investidores estão calmos, com a constatação de que mais uma novela chegou ao fim. A expectativa do mercado é de que o democrata Barack Obama vença o páreo, considerando-o uma melhor alternativa à crise financeira.
Em Wall Street, o setor financeiro foi destaque, depois que uma matéria do Wall Street Journal, citando fontes, sinalizou que o Departamento do Tesouro poderá usar mais recursos do fundo de US$ 700 bilhões para comprar participações em seguradoras de bônus e empresas de finanças especializadas.
No Brasil, o setor financeiro também foi destaque de alta, ainda embalado pelo anúncio da fusão entre Itaú e Unibanco ontem. Mas hoje os papéis que mais subiram foram os do Banco do Brasil ON. As ações dispararam 15,64% e lideraram os ganhos do índice. Fonte ouvida pela jornalista Adriana Fernandes, em Brasília, informou que a instituição estaria em negociações avançadas para a aquisição da Nossa Caixa.
As ações da Petrobras também tiveram desempenho exuberante nesta sessão, acompanhando a disparada do preço do petróleo. Vale acompanhou, com o desempenho dos metais, mas o destaque do setor siderúrgico ficou com Gerdau PN (+11,48%) e sua metalúrgica (10,69%). Amanhã, as duas empresas divulgam balanços.
Dólar
O dólar fechou em baixa nesta terça-feira, seguindo o movimento do cenário externo, em meio ao otimismo dos principais mercados no dia da eleição presidencial norte-americana e à contínua atuação do Banco Central domesticamente. A moeda norte-americana caiu 2,67%, a R$ 2,111.
¨É fluxo de entrada, o mercado está bem positivo hoje, a crise parece que já pode ter passado do olho do furacão¨, afirmou Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora.
¨E a perspectiva já é boa para essas eleições (presidenciais norte-americanas)¨, disse Nassar, apontando o candidato democrata, Barack Obama, que lidera as pesquisas, como o preferido dos mercados.
Luis Piason, gerente de operações de câmbio da corretora Concórdia, ressalta que a queda do dólar é global, não se restringindo somente frente ao real. Ante uma cesta com as principais moedas globais, a divisa declinava mais de 2 por cento, caminhando para a sua maior queda percentual diária em 13 anos.
Durante a sessão, o Banco Central realizou um leilão de swap cambial, vendendo o equivalente a cerca de US$ 600 milhões. Os contratos de swaps, que funcionam como um venda futura de dólares ao mercado, já colocados no mercado pelo BC desde a piora da crise financeira global superam os US$ 23 bilhões.