Mau resultado de empresas derruba Bolsas na Ásia 12/11/2008
- Folha Online com Reuters
As Bolsas da Ásia registraram a segunda perda na semana puxadas pelo mau resultado das empresas em meio a um cenário de desaceleração global. As quedas dos mercados nos Estados Unidos e na Europa também contribuíram com o recuo, no mercado asiático, bastante dependente dos compradores ocidentais.
A Bolsa de Tóquio (Japão), o principal mercado da região Ásia-Pacífico, caiu 1,29%, aos 8.695,51 pontos. ¨O pior da crise financeira pode ter passado, mas agora nós enfrentamos um problema que é não saber quanto a economia ainda pode perder e quando chegaremos ao fundo¨, afirmou Koichi Ogawa, da Daiwa SB Investments em Tóquio. ¨A demanda global está caindo em um ritmo mais forte do que esperávamos.¨
Em Hong Kong, a queda foi de 0,73%. A Austrália recuou 0,97%. A Coréia do Sul fechou com perdas de 0,43%. Na China, a Bolsa de Xangai fechou com ganhos de 0,84%.
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Os mercados asiáticos seguem a tendência dos outros mercados nesta segunda-feira. Nos Estados Unidos, o Dow Jones Industrial, principal indicador da Bolsa de Nova York, caiu 1,99%, enquanto o Nasdaq teve baixa de 2,22%. Com quedas fortes nos papéis dos setores financeiro e de commodities, as européias também afundaram.
Petrobras
No mercado brasileiro, um excepcional resultado da Petrobras deixou os investidores apreensivos e ajudou a levantar o preço das ações, que empurraram o Ibovespa --que mede os negócios da Bolsa de Valores São Paulo, Bovespa -- para ganhos de 1,32% no fim do dia.
A Petrobras anunciou que obteve lucro líquido de R$ 10,852 bilhões no terceiro trimestre de 2008, alta de 96% sobre o mesmo período do ano passado. Trata-se do novo recorde para um lucro trimestral da estatal.
¨Esse resultado é conseqüência, principalmente, do aumento da produção, da elevação dos preços médios de realização dos derivados no mercado interno e das exportações e do ganho cambial decorrente da depreciação do real sobre os ativos líquidos expostos à variação cambial no valor de R$ 3,478 bilhões¨, informou a empresa.
¨O resultado foi fruto da maior produção, volume de vendas. Os preços ajudaram e houve auxílio do câmbio, que impactou positivamente o resultado¨, disse o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa.
Analistas ouvidos pela Folha Online projetaram um lucro líquido em torno dos R$ 10 bilhões. A previsão foi baseada no preço do barril do petróleo, que ficou em alta em boa parte do terceiro trimestre, na alta do dólar e no aumento das vendas internas de combustíveis.
Esse resultado, porém, dificilmente será batido no quarto trimestre, em função principalmente da queda do preço do petróleo, intensificada pela crise financeira internacional, consideram os especialistas. Ainda que as margens com as vendas de combustíveis melhorem, não será suficiente para manter o nível do terceiro trimestre.