Dólar fecha a R$ 2,45; Bovespa retrai 6,55% 21/11/2008
- Folha Online
O dólar comercial foi negociado a R$ 2,458 na venda, em alta de 2,05%, nas últimas operações desta sexta-feira. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2,610, um avanço de 3,16%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) tem retração de 6,55%, aos 31.215 pontos (pelo índice Ibovespa). O giro financeiro é de R$ 3,05 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,35%. Os investidores da Bolsa brasileira ajustam os preços das ações às fortes perdas registradas ontem em Wall Street, num dia de feriado para o mercado paulista.
As ações da Petrobras puxam a forte baixa da Bovespa, desabando 8,54% no pregão desta sexta-feira, sem que os investidores se animem com a descoberta de reservas na camada pré-sal do Espírito Santo.
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O mercado teve um dia bastante nervoso no retorno do feriado de ontem, que esvaziou o volume de operações. Operadores notaram um fluxo bastante forte de saída, não somente pelo tensão com a crise internacional mas também por agentes financeiros que estavam com prazos apertados para saldar compromissos financeiros no exterior.
As cotações da moeda americana oscilaram entre o valor máximo de R$ 2,482 e o mínimo de R$ 2,398, numa demonstração do grau de nervosismo a chegou o mercado. O Banco Central, desta vez, limitou sua intervenção ao já habitual leilão de contratos do tipo ¨swap¨ cambial, em que a autoridade monetária assume o risco de oscilação do dólar. Os bancos tomaram 7.500 dos 10 mil contratos oferecidos pelo BC, numa operação de US$ 372,5 milhões.
A deterioração da economia global já levou bancos e corretoras a mudarem seus cenários básicos para a economia. A recessão nas economias centrais, e o quadro dramático do setor automobilístico nos EUA, gerou uma piora nas expectativas do setor financeiro.
Alguns corretores já apontam como provável que a taxa de câmbio atinja R$ 2,50 no curto prazo, a exemplo da corretora AGK. Para o final do ano, no entanto, a taxa ainda pode atingir R$ 2,15, considerando a perspectiva de que os governos das economias centrais intervenham para ¨salvar¨ o setor produtivo, hoje a principal preocupação de analistas e investidores.
¨Diante deste cenário, a aversão ao risco cresce e os preços dos ativos financeiros globais, ainda que distantes dos patamares baixíssimos atingidos nos momentos de pânico em outubro, caminham novamente para lá¨, comenta Miriam Tavares, diretora da AGK, em relatório com projeções sobre indicadores econômicos.
A corretora já considera que o cenário considerado ¨pessimista¨ com as mesmas possibilidades do chamado ¨cenário básico¨. Na pior das hipóteses, ¨a taxa de câmbio pode se consolidar em patamares superiores aos R$2,50, podendo se aproximar dos R$ 3, dependendo da intensidade dos acontecimentos¨. O viés pessimista embute a perspectiva de um recessão mundial prolongada.