DIA A DIA

Dólar desaba e fecha a R$ 2,27; Bovespa avança 4,67%
26/11/2008 - Folha Online

A taxa de câmbio chegou a bater a R$ 2,37 logo após as primeiras operações desta quarta-feira, levando operadores a prever uma nova disparada dos preços. As iniciativas dos governos da China, da União Européia e, principalmente, dos EUA, no entanto, acalmaram o mercado e derrubaram os preços da moeda americana para R$ 2,276 na conclusão dos negócios. A taxa representa uma queda de 2,06% sobre a cotação de ontem.

Em um dia de recuperação acentuada, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) ganha 4,67% (pelo índice Ibovespa). O giro financeiro é de R$ 3,44 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,72%.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2,440, um declínio de 0,81%. A taxa de risco-país marca 490 pontos, número 0,61% acima da pontuação anterior.


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Hoje, o governo chinês anunciou um corte drástico nos juros básicos da economia local, de 6,66% para 5,58% ao ano. Na Europa, a Comissão Européia pediu aos 27 países-membros que destinem 200 bilhões de euros (cerca de US$ 260 bilhões) para estimular a economia.

E o mercado financeiro repercutiu ainda hoje o pacote de US$ 800 bilhões do Federal Reserve (banco central dos EUA). Os profissionais de corretoras e bancos apreciaram o fato dos recursos serem destinados também a consumidores e levarem em conta um problema que preocupava os economistas há meses: a possibilidade de uma severa inadimplência no ramo de cartões de crédito.

¨Há muito tempo que circulava nos mercados rumores sobre uma possível ´bolha do cartão de crédito´. Com esse pacote, o governo ajuda a estourar essa bolha a tempo, e pode ser que vejamos uma maior normalidade no câmbio nos próximos meses¨, comenta o operador Almir Freitas, da corretora Novo Mundo.

Outra parcela do mercado está um pouco mais pessimista sobre a trajetória do câmbio e vê um patamar entre R$ 2,30 e R$ 2,40 como ¨preço de equilíbrio¨ para a moeda americana. Lembrando que o fluxo de saída continua muito forte, o gestor de renda fixa da Global Equity, Octavio Vaz, não trabalha mais com o preço de R$ 2. ¨Os ativos brasileiros continuam sendo diretamente influenciados pelas noticias externas¨, avalia, ressaltando que os preços dos imóveis nos EUA, divulgados ontem, apontaram para ¨uma recessão mais severa do que as previsões iniciais¨.

¨O Japão e alguns países da Europa também se encontram tecnicamente em recessão, fazendo com que os emergentes voltem a ser questionados sobre a capacidade de conseguirem continuar crescendo¨, afirma ele, em comentário divulgado nesta semana.

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