Após um início de pregão bastante nervoso, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) se recuperou com força nas últimas horas da sessão de negócios desta sexta-feira. As principais Bolsas de Valores reagiram mal ao ¨pior cenário¨ previsto por analistas: a rejeição do projeto de lei de US$ 14 bilhões às montadoras no Senado dos EUA. O câmbio disparou logo após a abertura, mas encerrou o dia bem mais controlado, a R$ 2,36.

Na semana, a Bovespa acumulou ganho de 11,4%. Já o dólar teve queda de 4,56% no mesmo período.

¨De manhã, o cenário estava realmente trágico com a rejeição pelo Senado [dos EUA] da ajuda às montadoras, mas depois que a Casa Branca se pronunciou, os mercados se recuperaram até rapidamente. O Dow Jones [índice da Bolsa de Nova York] demorou um pouco por causa somente de algumas ações. Nós temos que lembrar que, pela manhã, a ação da GM [General Motors] estava com 30% de queda¨, comenta Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.


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O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, teve ganhos de 2,22% no fechamento, atingindo os 39.373 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,54 bilhões, abaixo da média do mês (R$ 4,23 bilhões/dia), já inferior à média anual (R$ 5,61 bilhões/dia). Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que ainda opera, sobe 0,15%.

O dólar comercial foi cotado a R$ 2,366 para venda, em alta de 0,89%. A taxa de risco-país marca 498 pontos, número 1,21% acima da pontuação anterior.

As principais Bolsas de Valores repercutiram, na forma de fortes perdas, a rejeição do projeto de lei que previa um socorro financeiro de US$ 14 bilhões às montadoras no Senado americano. Ainda pela manhã, a Casa Branca advertiu que estaria disposta a usar recursos do pacote de US$ 700 bilhões, já aprovado pelo Congresso, para resgatar o setor automobilístico, em situação pré-falimentar.

O Tesouro dos EUA já avisou que está ¨preparado¨ para aplicar recursos nas montadoras de modo a evitar quebras. ´Dado que o Congresso não atuou, estamos prontos para impedir uma queda imediata até que o Parlamento inicie seu novo período [de sessões] e atue para se ocupar da viabilidade da indústria a longo prazo´, disse a porta-voz do Tesouro, Brooklyn McLaughlin.

Entre outras notícias, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços PPI (atacado) apontou deflação de 2,2% em novembro, um resultado pior do que o esperado por economistas, que esperavam uma variação negativa de 1,8%. Em outubro, esse mesmo índice já deu um susto no mercado: o PPI daquele mês apontou uma variação negativa de 2,8%, a pior deflação num mês desde 1947.

Pela manhã, os governos das nações integrantes da União Européia concordaram em executar medidas de estímulo à economia que devem somar 200 bilhões de euros (o equivalente a US$ 267 bilhões). No Japão, o governo comunicou novas medidas para reanimar a economia no montante de 23 trilhões de ienes (cerca de US$ 255 bilhões).

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