Bolsa abre estável, à espera do Fed e de pacote às montadoras 15/12/2008
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) abriu a semana próximo da estabilidade, descolado do desempenho dos mercados acionários europeu e asiático e dos índices futuros nos Estados Unidos.
O mercado aguarda por um desfecho sobre o pacote de ajuda financeira às montadoras americanas -- que foi rejeitada pelo Senado mas pode ressurgir através de uma ajuda direta do governo americano através do pacote de US$ 700 bilhões aprovados no mês passado -- e da nova taxa de juros americana.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, indicava alta de 0,09%, aos 39.410 pontos, por volta das 10h14. O giro financeiro era de R$ 106 milhões, com cerca de 4.000 negócios realizados. Já o dólar comercial era negociado a R$ 2,402 para a venda, com alta de 1,52%.
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Na semana passada, um impasse entre senadores republicanos e os sindicatos da indústria automotiva foi a razão do fracasso na aprovação do plano de resgate, de US$ 14 bilhões. Com isso, as Bolsas do mundo todo amargaram perdas na sexta-feira. Porém, a Casa Branca informou durante o final de semana que poderia usar recursos do pacote de US$ 700 bilhões, já aprovado pelo Congresso, na ajuda às montadoras.
O governo americano teme que até 2,5 milhões de pessoas sejam demitidas caso as ¨três grandes de Detroit¨ -- General Motors, Ford e Chrysler -- fechem as portas.
Outro foco de otimismo dos investidores externos é o início da reunião do Fed (Federal Reserve, o BC americano) para decidir a nova taxa de juros do país. A maioria dos analistas aposta que a taxa, que está em 1%, pode cair ainda mais após a reunião, que termina amanhã.
Por outro lado, as instituições financeiras tendem a perder terreno hoje devido ao escândalo financeiro que envolve Bernard Madoff, ex-presidente da Nasdaq. Ele criou um tipo de pirâmide financeira, na qual se prometem retornos muito altos a investidores iniciais, que são remunerados com o dinheiro de quem adere ao esquema posteriormente. A estimativa é que ele tenha causado prejuízo de aproximadamente US$ 50 bilhões, tendo como vítimas diversos bancos e também grandes investidores individuais.
Os analistas também devem ficar atentos aos dados sobre a produção industrial dos EUA, com divulgação prevista para as 12h15.
Na Europa, as Bolsas locais operam com ganhos modestos. O FTSE, de Londres, avança 0,24%. Já o DAX, de Frankfurt, sobe 1,28%. Por sua vez, a Bolsa de Paris tem o CAC com avanço de 0,27%.
No front interno, o boletim Focus do Banco Central mostrou que o mercado prevê a queda dos juros em 2009 para 13% ao ano. Isso representa um corte de 0,75 ponto percentual ao longo de todo o ano. Na semana passada, o BC decidiu manter a taxa Selic inalterada em 13,75% ao ano, mas informou que pensou em cortar os juros.
A pesquisa do BC mostra ainda que foi mantida a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas) para 2009 em 2,5%. Para este ano, a previsão subiu de 5,24% para 5,59%. Ainda segundo a pesquisa, a previsão para o dólar no fim do ano subiu de R$ 2,27 para R$ 2,30. Para o final de 2009, ficou em R$ 2,20.