Bolsa opera em alta de 0,95% e dólar em baixa de 0,91: R$ 2,37 23/12/2008
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera em alta nos primeiros negócios desta terça-feira, faltando quatro dias úteis para o fim do ano. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa, tem elevação de 0,95%, aos 37.974 pontos. No mercado doméstico de câmbio, o dólar é negociado a R$ 2,373, em queda de 0,91%.
A perspectiva é da manutenção de um ritmo menos intenso de negócios, com investidores cautelosos quanto à redução da rentabilidade das carteiras na virada do ano. Ontem, a Bovespa encerou em baixa de 3,87%, aos 37.618 pontos, diante de ¨um cenário de perdas externas e projeções modestas para 2009, combinado com a queda das commodities¨, aponta a Ativa Corretora. O giro financeiro ficou em apenas R$ 2,5 bilhões.
Na Ásia, as Bolsas fecharam em queda, com feriado no Japão. Na China, o corte de juros de 0,27 ponto percentual não animou os investidores, ainda que tenha sido a quinta redução da taxa em três meses. A projeção de prejuízo da Toyota, ainda que não seja uma surpresa, segundo analistas, pesou negativamente sobre os mercados na região.
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Na Europa, o dado mais relevante desta terça-feira é a divulgação final do PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido no terceiro trimestre. Segundo revisão divulgada pelo ONS (Escritório Nacional de Estatísticas, na sigla em inglês), a retração foi de 0,6% em relação ao período imediatamente anterior. O novo cálculo manteve inalterado o crescimento de 0,3% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado.
¨As Bolsas operam em leve alta, sob influência dos setores de telecomunicações e saúde, menos expostos à crise. Ambos têm tido um comportamento melhor recentemente. Mas, o clima geral continua de preocupação e a melhora da Bolsa não parece uma tendência sólida¨, relatou economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, em relatório.
Nos Estados Unidos, hoje, a agenda está mais movimentada, com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) final do terceiro trimestre, para o qual se espera contração de 0,5%. Os Estados Unidos terão ainda os dados de consumo pessoal, o índice de confiança do consumidor de Michigan e o índice do setor manufatureiro do Fed (banco central norte-americano) regional de Richmond.
Ainda hoje nos EUA serão conhecidos os dados do setor imobiliário, que esteve no epicentro da crise econômica mundial, com a divulgação dos números de vendas de casas novas e usadas.
Na agenda doméstica, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou alta de 0,61% para o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) na semana encerrada no último dia 22, o que representa uma queda de 0,12 ponto percentual (p.p.) em relação ao índice referente à semana imediatamente anterior. O resultado veio em linha com o consenso. A principal contribuição para a desaceleração veio do grupo Alimentação, cuja taxa passou de 1,34% para 0,88%.
A perspectiva dos analistas de mercado é que, apesar dos expressivos volumes injetados pelos governos, os recursos ainda estão longe de fluírem normalmente pela economia, especialmente nos Estados Unidos e Europa.
Este cenário, segundo a gerente de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, faz com que as remessas de lucros e dividendos pelas empresas em países emergentes aumente, como é o caso do Brasil. Neste contexto, ¨o dólar e o iene se fortalecem ante as principais moedas e os preços as commodities e ações caem¨.