O vice-presidente José Alencar responsabilizou a política monetária do Banco Central pela retração na produção industrial e no nível de emprego. ¨A política monetária é restritiva e desencoraja investimentos na indústria¨, afirmou.

Ele voltou a criticar o elevado nível dos juros no Brasil e utilizou uma expressão que, segundo ele, era usada por seu pai para se referir a tragédia: ¨os juros no Brasil são uma tribusana.¨

Classificou como um equívoco a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. Segundo ele, com os juros reais, descontada a inflação, em torno de 8% ¨é mais de dez vezes superior à taxa básica média real do mundo.¨ Ele calculou que nos oito anos do governo Lula o total de gasto com o pagamento de juros na rolagem da dívida será de R$ 1,2 trilhão.


PUBLICIDADE


No primeiro mandato, disse, o gasto com o pagamento de juros foi de R$ 600 bilhões. Ele afirmou que nos dois primeiros anos do segundo mandato já foram gastos outros R$ 600 bilhões e a projeção é de que mais R$ 300 bilhões serão pagos nos próximos dois anos.

José Alencar disse que não tem nada contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e nem contra o Comitê de Política Monetária (Copom). ¨Pensam que ele (Meirelles) foi o responsável pelo fim da inflação. O Brasil vai bem, apesar da política monetária. Não é graças à política monetária. Porque esta política monetária vai levar em 8 anos R$ 1,2 trilhão. Isso é um absurdo. Para combater a crise é preciso investimentos maciços em infraestrutura, transporte, energia, saúde, saneamento básico e educação. Se o estado fizer tudo isso, nós espantamos a crise¨, disse.

Ele insistiu que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é prioridade absoluta. Lembrou que a crise é contagiante e que é preciso combatê-la. ¨Se começa a falar em crise, crise, crise, acaba abraçando a crise e deixando que ela chegue¨.

Ao ser questionado que se a crise estava procurando desemprego, Alencar disse: ¨estamos pregando que a crise internacional não é nossa e não temos nada com ela, porque não contribuímos para ela Mas o mundo é globalizado e ela (a crise) atinge todos nós. Nossa grande preocupação é o desemprego que ela pode trazer. Não tem coisa mais complicada do que um pai de família chegar em casa e dizer que perdeu o emprego. Temos de consumir, que produzir.¨

Compartilhe: