Minc rebate crítica de Capobianco 09/01/2009
- João Domingos - Agência Estado
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, rebateu afirmações feitas por João Paulo Capobianco, secretário-executivo na gestão de sua antecessora Marina Silva, segundo as quais ele, Minc, faz uma gestão ¨excessivamente personalista¨.
¨Capobianco era fortíssimo no ministério. Embora tenha vindo do movimento SOS Mata Atlântica, não conseguiu aprovar o decreto sobre a mata. Não dialogou nem interna nem externamente, não falou com o Congresso nem com o setor produtivo¨, disse Minc, que está no Rio em férias.
Em entrevista exclusiva ao Estado, publicada no dia 2, Capobianco afirmou que Minc sofreu uma ¨derrota imensa¨ no acordo para que o nível de enxofre no diesel caia de 500 partículas por milhão para 50 (S-50), e, mesmo assim, tenta passar a ideia de que foi vitorioso. Minc discordou totalmente.
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¨O Capobianco ficou cinco anos e meio no ministério e não conseguiu fazer nada para melhorar o diesel. Eu, com sete meses, fiz o acordo. Agora mesmo, nas capitais, ônibus e caminhões andam com o diesel S-50. E, em 2012, baixaremos para o diesel com 10 partículas, o S-10. Ganhamos etapas.¨
Capobianco também afirmou que a agenda ambiental ¨não pode ser monopólio de um ou outro ministro; precisa fazer parte de uma visão de Estado, e essa visão não existe¨.
Em sua avaliação, o próprio presidente Lula não tem visão ambiental estratégica, ¨nem considera que seja uma questão estratégica¨.
INTRANSIGÊNCIA
¨Eu faço exatamente o contrário do que fez o Capobianco, que não dialogava com ninguém. A intransigência dele acabou por isolar a ministra Marina. Minha gestão é de diálogo. Para dentro do ministério, com o Executivo, com outras áreas do governo e com o Congresso¨, rebateu.
¨Toda segunda-feira faço reunião com todos os secretários. Não falta ninguém. Nossas decisões principais são tomadas nessas reuniões. O clima mudou. Eu converso com o Guilherme Cassel (ministro do Desenvolvimento Agrário), o Reinhold Stephanes (da Agricultura), o Edison Lobão (de Minas e Energia). Enfrentei a questão dos desmatamentos feitos pelo Incra, o que não foi fácil e que o Capobianco ignorou. Chegamos a um acordo. Vamos fazer reforma agrária com a garantia da preservação do meio ambiente.¨
Minc afirmou ainda que tem diálogo com a sociedade civil.
¨Ambientalistas e cientistas sempre pediram para o Brasil ter metas para o clima. Passaram-se anos e não tínhamos. Agora, na minha gestão, conversamos com o fórum do clima, com ONGs e pesquisadores e conseguimos mudar a posição do governo brasileiro. O Brasil não tinha metas e passou a ter. Isso foi elogiado pelo Al Gore (ambientalista, Prêmio Nobel da Paz) e pela ONU.¨