Bovespa e dólar fecham em queda 09/01/2009
- Folha Online
As ações brasileiras encerraram o último pregão da semana em queda moderada, sem resistir ao mau humor predominante nas Bolsas americanas, após dias de indicadores econômicos ruins. O câmbio retraiu para R$ 2,27. Na semana, a Bolsa brasileira ainda acumula ganho de 3,32%.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 0,97% no fechamento, para 41.582 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,68 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, ainda aberta, recua 1,07%.
O dólar comercial foi cotado a R$ 2,272 para venda, em declínio de 0,87%. A taxa de risco-país marca 422 pontos, número 2,76% abaixo da pontuação anterior.
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Principal notícia do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA revelou que houve uma destruição de 524 mil postos de trabalho em dezembro, com uma taxa de desemprego em 7,2%, a mais alta de 15 anos. Parte do impacto desse levantamento já havia sido antecipado pelo relatório da consultoria ADP, que revelou uma perda de 693 mil postos de trabalho somente no setor privado.
Se inicialmente parecia que o mercado havia ¨absorvido¨ o número, já que as projeções de alguns economistas apontavam perdas ainda piores (na casa dos 500 mil), a abertura das Bolsas americanas mostrou que alguns investidores se assustaram com a dimensão da crise econômica revela pelas cifras do Departamento de Trabalho americano. Para 2008, o órgão contabilizou o maior contingente de desempregados desde o final da Segunda Guerra Mundial.
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a inflação medida pelo IPCA foi de 5,90% em 2008, a mais alta desde 2004. O resultado ficou dentro do limite da meta estipulada pelo BC (Banco Central), de 4,50%, com tolerância de dois pontos percentuais.
O Banco do Brasil confirmou o que se especulava no mercado há dias: a compra de participação no banco Votorantim por R$ 4,2 bilhões. Pelo acordo fechado, o banco federal comprou 44,99% do capital votante e 50% do capital social --ou seja, a família manterá o controle acionário, mas a gestão será compartilhada com o Banco do Brasil. A ação ordinária do BB teve alta de 3,11%.
O mercado recebeu positivamente a operação, alvo de fortes rumores nas últimas semanas.
¨A operação está em linha com a estratégia do BB em fortalecer sua atuação no financiamento a veículos¨, destaca o departamento de análise da Ativa Corretora. ¨Além disso, a participação estratégica no Banco Votorantim fortalecerá a atuação do BB em outros segmentos como corporate banking e mercado de capitais¨.
¨A aquisição (...) aumenta a capacidade de originação e distribuição do Banco Votorantim por meio da extensa rede de agências do Banco do Brasil¨, ressaltou a equipe de analistas da agência de classificação de rating (nível de risco) Standard & Poor´s, que divulgou comunicado hoje apontando que as ¨notas¨ de quaisquer dos dos bancos não foram ¨imediatamente afetados¨ pelo anúncio da operação. Para S&P, o montante de R$ 4,2 bilhões ¨não afetará de forma significativa a liquidez do Banco do Brasil¨.