Em dia volátil, Bovespa fecha em alta de 3,08%. Dólar mantém R$ 2.38 15/01/2009
- Folha Online
Em uma jornada bastante volátil, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) disparou a poucas horas do encerramento do pregão desta sexta-feira. As Bolsas americanas também inverteram a tendência negativa e durante poucas horas, mostraram recuperação. O câmbio marcou R$ 2,38.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 3,08% no fechamento, aos 39.151 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,05 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York já inverteu o tom positivo e, às 18h39, cede 0,27%.
A Bolsa brasileira acompanhou a recuperação de Wall Street, que durou algumas horas. Lá fora, analistas citavam algum bom humor com a perspectiva de mais ajuda governamental para os bancos, avariados pela crise dos créditos "subprime".
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"O mercado estava em baixa desde pelo menos quinta-feira e acredito que os preços das ações ficaram muito deprimidos, o que pode ter chamado alguma compra. O volume também melhorou um pouco, com mais de R$ 4 bilhões, quer dizer, com certeza essa alta foi puxada por dinheiro novo entrando", nota José Carlos Oliveira, operador da corretora Senso.
O dólar comercial foi cotado a R$ 2,380 para venda. A taxa de risco-país marca 459 pontos, número 1,07% abaixo da pontuação anterior. "Hoje o mercado reagiu mal às notícias sobre emprego nos EUA e também ao resultado do PPI. Na verdade, essa oscilação brusca [do dólar] é uma reação a todos esses indicadores ruins que foram divulgados ao longo desta semana", comenta Celso Siqueira, operador da Advanced Corretora de Câmbio.
O Banco Central restringiu sua atuação a um leilão de venda, às 12h36, aceitando ofertas por R$ 2,3740 (taxa de corte). Nessa operação, a autoridade monetária não informa a quantia negociada com os agentes financeiros.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que a demanda pelos benefícios do seguro-desemprego, um influente indicador econômico, atingiu a casa das 524 mil solicitações iniciais, muito acima dos 470 mil pedidos registrados na semana imediatamente anterior.
O PPI (índice de preços no atacado dos EUA) apontou deflação de 1,9% em dezembro. Trata-se do quinto mês consecutivo em que esse índice registra variação negativa.
Ainda entre as principais notícias do dia, o banco JP Morgan reportou uma queda de 76% em seu lucro no quarto trimestre, de US$ 702 milhões (US$ 0,07 por ação), contra US$ 2,97 bilhões (US$ 0,86 por ação) um ano antes. A expectativa dos analistas era de que o lucro do JPMorgan fosse ainda pior: apenas US$ 0,01 por ação.
No front doméstico, a FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou uma deflação de 0,85% em janeiro, medida pelo IGP-10. Trata-se da pior deflação desde o início da série histórica do indicador (setembro de 1993).