Dólar e Bovespa fecham o dia em leve alta 23/01/2009
- Folha Online
As habituais ações "líderes" da Bolsa brasileira, Vale e Petrobras, puxaram a alta desta sexta-feira, com a recuperação dos preços das commodities (matérias-primas) no mercado mundial. Na cena externa, as notícias de lucros em queda nas principais empresas mundiais derrubaram as Bolsas americanas. O câmbio bateu R$ 2,34.
Em Nova York (Nymex), a cotação do barril de petróleo atingiu US$ 46,47, em um avanço de 6,41% sobre o valor de ontem.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 0,63% no fechamento e atingiu os 38.132 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,23 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York cede 0,71%.
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A ação preferencial da Vale do Rio Doce teve ganho de 1,74%, com movimento de R$ 443 milhões. A ação da Petrobras se manteve em alta nas últimas horas do pregão, mas virou nos minutos finais, encerrando o dia em queda de 0,21%. Somente esse papel respondeu por R$ 563 milhões do giro total da Bolsa.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,341, em alta de 0,42%. A taxa de risco-país marca 431 pontos, número 2,61% acima da pontuação anterior.
A Bolsa se manteve em baixa durante boa parte do pregão e somente se conseguiu descolar do restante do mercado mundial com poucas horas para o final do expediente. O pessimismo de investidores e analistas parece aumentar à medida em que mais indicadores econômicos, e balanços de grandes empresas, revelam o grau de deterioração da economia global.
"O problema é que os indicadores já divulgados e os próximos somente confirmam as piores expectativas. Nós podemos esperar nas próximas semanas um novo período de turbulências no mercado", comenta Ivanor Torres, analista da corretora gaúcha Geral.
Entre as principais notícias do dia, o ONS (Escritório Nacional de Estatísticas) revelou que o PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido teve uma contração de 1,5% no quarto trimestre do ano passado, completando dois trimestres de forte desaceleração da economia. Trata-se da primeira recessão desde 1991 no Reino Unido.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a crise econômica em que se encontra o país pode chegar a níveis sem precedentes.
"Reconheço que ainda há algumas divergências sobre a mesa (...) sobre detalhes em particular do plano [o pacote anticrise de US$ 850 bilhões]. Acho que o que unifica esse grupo é o reconhecimento de que estamos passando por uma crises possivelmente sem precedentes com a qual temos de lidar, e lidar rapidamente", disse Obama, que se encontrou hoje com líderes democratas e republicanos do Congresso.
E o FMI (Fundo Monetário Internacional) projetou que a economia da Alemanha, a maior da Europa, deve registrar uma contração de 2,5% neste ano. Trata-se de uma revisão para pior das estimativas do organismo internacional: em novembro do ano passado, o Fundo havia estimado um decréscimo de 0,8% para este ano.
Nos EUA, o conglomerado financeiro-industrial GE (General Eletric) revelou hoje que o lucro do quarto trimestre mostrou um decréscimo de quase 50%. A gigante industrial teve um ganho de US$ 3,65 bilhões, ou US$ 0,35 por ação, após o pagamento de dividendos --46% menor do que no mesmo período de 2007 (US$ 6,7 bilhões, ou US$ 0,66 por ação).
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a inflação medida pelo IPCA-15 foi de 0,40% em janeiro, ante 0,29% em dezembro. A variação ficou acima das projeções do mercado financeiro (0,30%).