Lojas e indústrias especializadas de artigos típicos de Carnaval também sentem os reflexos da crise e já veem uma demanda menor para seus produtos.

Maior varejista do ramo no Rio, a Casa Pinto constatou uma queda de 15% nas vendas em janeiro, mês em que tradicionalmente os corredores da loja do Saara (zona de comércio popular do centro do Rio) ficam abarrotados de clientes em busca de produtos de Carnaval.

Ronaldo Darzi, diretor da Casa Pinto, diz que foi impossível não reajustar os preços diante da forte alta do dólar. "Tentamos segurar o máximo, mas tudo é dolarizado."


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Darzi conta que muitas escolas de samba já chegaram a comprar 80% de tecidos importados. Hoje, procuram similares nacionais mais baratos. Em média, diz, os tecidos subiram 12%. Já plumas, pedrarias e outros aviamentos -- vendidos só na época do Carnaval -- aumentaram 25% em média. Alguns subiram até 70%.

Segundo ele, muitas escolas postergaram as compras. Outras cancelaram os pedidos. "Os preços subiram muito. Mesmo o que não é importado usa matéria-prima cotada em dólar, como o poliéster."

Fabricante de máscaras de Carnaval, a espanhola Olga Gilbert diz que a produção ficou estagnada em 350 mil máscaras neste ano -- interrompendo a tendência de avanço contínuo de anos anteriores.

Já as exportações, segundo ela, estão paradas. "Habitualmente, vendo 30 mil máscaras por ano para a Espanha, que redistribui por toda a Europa. Neste ano, nem 5.000 foram exportadas", afirma Gilbert.

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