Bolsa fecha em leve alta de 0,49% e dólar sobe para R$ 2.33 27/01/2009
- Folha Online
As ações da Vale do Rio Doce valorizaram com força nesta terça-feira e contribuíram para a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechar em terreno positivo. As Bolsas americanas, mesmo com noticiário bastante negativo, também operaram em alta. O câmbio, mesmo com a intervenção do Banco Central, atingiu R$ 2,33.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, teve ganho de 0,49% no fechamento, alcançando os 38.698 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,18 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York avança 0,70%.
Em um pregão com volume financeiro bastante fraco, somente as ações preferenciais da Vale giraram cerca de R$ 580 milhões. A cotação subiu 3,63%, em meio à especulações sobre uma recuperação da demanda chinesa por commodities metálicas. "Há meses a Vale vem negociando um reajuste de preço do minério com os chineses, mas parece que agora vai haver algum acerto. Já existe até um consenso no mercado sobre o tamanho do reajuste, e se isso pode ocorrer, pode ser muito positivo para a Vale, ainda mais com a valorização do real", cita José Costa Gonçalves, diretor da corretora Indusval.
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Analistas também citam como um forte motivo para a procura pelos papéis da mineradora desde que anunciou uma proposta de remuneração mínima aos acionistas da ordem de US$ 2,5 bilhões para 2009.
O dólar comercial foi negociado a R$ 2,330, o que representa um avanço de 0,86%. A taxa de risco-país marca 427 pontos, número 1,18º% acima da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o setor imobiliário americano sofreu mais uma vez com uma forte queda nos preços dos imóveis: o índice Standard & Poor's/Case-Shiller apontou queda de 18,2% em novembro de 2008 na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
O índice se refere aos preços observados nas 20 principais regiões metropolitanas dos EUA. Trata-se do maior recuo desde o início da série, em 2000.
E a recessão continua a assustar os consumidores americanos. A sondagem regular do instituto privado Conference Board mostrou que o nível de confiança na economia dos EUA teve uma baixa histórica em janeiro. O índice teve uma leitura de 37,7 pontos em janeiro ante 38,6 em dezembro (número revisado). Analistas do setor financeiro projetavam uma leitura de 39 pontos.
O setor corporativo não ajuda a melhorar os ânimos: a companhia química americana DuPont informou um prejuízo de US$ 629 milhões no quarto trimestre. O prejuízo por ação da empresa no período foi de US$ 0,70. Um ano antes, a DuPont teve lucro de US$ 545 milhões (US$ 0,60 por ação).
O governo alemão anunciou que deve lançar um pacote de 50 bilhões de euros (US$ 65,9 bilhões), com investimentos em infraestrutura, cortes de impostos e ajuda para o setor automobilístico.
No front doméstico, a FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou um aumento no nível de confiança do consumidor na economia. O chamado ICC (Índice de Confiança do Consumidor) teve crescimento de 3% neste mês, ao passar de 97,4 pontos para 100,3. Nos três anos anteriores, o índice subiu em média 1,6% no mesmo período.