Bovespa fecha em queda de 1,61% e o dólar em alta de 0,25% 02/02/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) tentou recuperar terreno durante os negócios desta segunda-feira, mas foi afetada pelo desempenho negativo das Bolsas americanas, em mais um dia "magro" de operações. O câmbio começou o expediente bastante pressionado, mas perdeu força e marcou R$ 2,32 no final.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 1,66% no fechamento e atingiu os 38.666 pontos. O giro financeiro foi de R$ 2,61 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, ainda aberta, retrai 0,35%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,324, o que significa uma alta modesta de 0,25%. A taxa de risco-país marca 424 pontos, número 4,43% acima da pontuação anterior.
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O Departamento de Comércio dos EUA informou que o nível de gastos dos consumidores americanos foi 1% menor em dezembro na comparação com novembro. A retração foi ainda pior do que o previsto por analistas do setor financeiro (0,9%). Já o PCE, o índice de inflação atrelado à leitura dos gastos do consumidor, teve variação de 1,6%, abaixo da previsão de 1,7% dos economistas de bancos e corretoras.
No setor corporativo, a fabricante de brinquedos Mattel reportou que teve lucro de US$ 379,6 milhões em 2008, uma queda de 36,7% em relação a 2007.
O banco Bradesco anunciou lucro de R$ 7,62 bilhões em 2008, resultado 4,87% abaixo do ganho do balanço anterior. No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 1,605 bilhão, uma queda de 26,81% sobre o exercício no mesmo período de 2007. A ação preferencial perdeu 2,64% no pregão de hoje.
O boletim Focus, do Banco Central, revelou que boa parte dos economistas do setor financeiro rebaixou suas projeções para o crescimento do país, de 2% para 1,8% em 2009. Também caíram as previsões para a taxa Selic de dezembro, de 11% para 10,75% ao ano.
Apostas
As ações de siderúrgicas, bancos, Vale e Petrobras continuam a figurar na lista dos papéis mais recomendados por corretoras, baseadas nas perspectivas de recuperação da commodities e pelo fato dos preços terem sido "excessivamente penalizados" (como interpreta um analista) nos últimos meses.
"Mantemos as principais companhias brasileiras de commodities [matérias-primas], exageradamente penalizadas, e balanceando com empresas de utilidades públicas, voltadas ao mercado interno e mais defensivas", comenta a equipe de análise da Spinelli.
A siderúrgica Usiminas é o consenso tanto para a corretora Spinelli quanto para a Planner, em suas recomendações para fevereiro. O Bradesco também surge como a aposta de ambas as corretoras no setor financeiro, enquanto a primeira sugere também as ações do Banco do Brasil e Itaú, enquanto a segunda agrega os papéis da Redecard. Outra "unanimidade" é Telesp, entre as companhias do setor de telecomunicações.
A Planner ainda sugere empresas do setor de alimentos (Perdigão) e consumo (AmBev), enquanto a Spinelli recomenda concessionárias de serviços públicos (Cemig e Copasa).