Bovespa emenda quarto dia de queda e dólar fecha em alta 12/02/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) chegou a esboçar uma recuperação no meio da jornada de negócios desta quinta-feira, mas sofreu o impacto do desempenho bastante negativo das Bolsas americanas. Em meio a algumas poucas notícias favoráveis da economia dos EUA, pesou na decisão do investidor a falta de definição das medidas já anunciadas pela Casa Branca para fazer frente à pior crise em 70 anos. O câmbio fechou em R$ 2,28.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 0,84% no fechamento, marcando os 40.500 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,66 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York amarga perda de 1,59%.
O dólar comercial foi cotado a R$ 2,288, o que representa uma leve baixa de 0,08% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 444 pontos, número 1,13% acima da pontuação anterior.
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Nos EUA, o Departamento de Trabalho comunicou que a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego permanece em seu nível mais alto desde 1982. Houve, no entanto, uma queda na cifra total, de 631 mil para 623 mil solicitações do benefícios, nas duas últimas semanas. Economistas do setor financeiro estimavam um número em torno dos 610 mil pedidos.
E em um dos poucos destaques positivos desta quinta-feira, o Departamento de Comércio informou que as vendas do setor varejista cresceram 1% em janeiro, após um período de seis meses em que o órgão somente registrou decréscimo no faturamento. O incremento das vendas foi puxado por promoções pós-final de ano.
O economista da Trevisan, Alcides Leite, comemorou os primeiros números favoráveis da economia americana em semanas. "Quanto à economia americana, podemos considerar que a recuperação será mais demorada, mas já é alentador verificar que os primeiros sinais de melhoria já começam a aparecer", afirmou citando também a retração na demanda pelo auxílio-desemprego.
No front corporativo, a Coca-cola anunciou um lucro de US$ 5,81 bilhões em 2008, contra US$ 5,98 bilhões no exercício anterior. A fabricante japonesa de eletrônico Pioneer informou que deve demitir 10 mil empregados em suas unidades por todo o mundo, e deve fechar fábricas nos EUA e na Europa. A companhia também antecipou que o prejuízo para o ano fiscal (encerrado em março) deve atingir a casa dos US$ 1,4 bilhão.
O BCE (Banco Central Europeu) divulgou hoje uma avaliação sobre o estado da economia na zona do euro, em que prevê um "enfraquecimento persistente" nos próximos trimestres, adiantando que é possível uma nova redução dos juros básicos da região --hoje em 1,5% ao ano-- na reunião programada para março.
Entre as principais notícias domésticas, a Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) apontou que o nível de endividamento do consumidor paulistano atingiu o menor patamar desde o início da pesquisa em fevereiro de 2004.
Ontem, o Congresso americano anunciou um acordo para unificar as propostas de estímulo à economia aprovadas na Câmara (orçada em US$ 819 bilhões) e no Senado (US$ 838 bilhões), antes de seguir para a sanção presidencial. A proposta unificada reduz a cifra total para US$ 790 bilhões, mas já recebeu o aval da Casa Branca. A imprensa americana indicou que o presidente Barack Obama deve assinar o projeto até segunda-feira.