DIA A DIA

Barbie completa 50 anos com fãs e desafetos entre as crianças
07/03/2009 - Clarice Cardoso - Folha de S.Paulo

Ela é loira, magra e vive na moda. Tem quem a ame e quem a odeie, mas todos sabem quem ela é. É a Barbie, que faz 50 anos no dia 9 e é uma das bonecas mais vendidas do mundo: a cada dois segundos, uma é comprada, diz a Mattel.

Ela está por toda parte. São 200 modelos de boneca e mais roupas, cadernos, celulares e outros 3.000 produtos lançados por ano.

Para Júlia Blanco, 9, é por isso que ela ficou famosa: "Não gosto, mas acho que ela faz sucesso porque passa muita propaganda na TV".


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A Barbie também tem muitas fãs, como Muriel Dentes, 10. "Ela tem mais estilo do que as outras bonecas. Por isso gosto de fazer desfiles de moda e essas coisas de Barbie, e já me baseei nela para me vestir", conta.

Isabela Novelli, 6, também brinca com o figurino. "Faço roupinhas com papel, tesoura e algumas coisinhas", diz. "Ela gosta."

Carolina Rodrigues, 12, nunca quis saber dessa moda. "Ela é sem graça, patricinha e magrela. E é perda de tempo trocar roupinhas."

Brenda Domingues, 11, que mora nos Estados Unidos, também é fã do estilo Barbie. "No meu aniversário, fui de limusine rosa para o salão de beleza. Adorei me sentir uma Barbie!"

Mas há ainda quem nem ligue para ela. Rebeca Gaz, 8, deu as suas para a prima. "Prefiro bonecas do tipo bebê", diz. Luiza Francisco, 7, gostou: "A Barbie é minha amiga".

Imitando gente adulta

A criança pode nem perceber, mas, às vezes, quando brinca de Barbie, pode estar treinando como é ser adulta.

"Com ela, a gente brinca de gente grande e experimenta um pouco o que será quando crescer", conta a pedagoga e psicóloga de crianças Elizabeth Monteiro.

E claro que é legal brincar com a boneca, mas, às vezes, é difícil não resistir ao último modelo lançado. "Antes, a brincadeira era trocar a roupa da boneca. Mas, hoje, é preciso trocar de boneca para brincar", questiona Fernanda Roveri, mestre em educação pela Unicamp.

Já Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, diz que o importante é ver que, antes de ser modelo de algo, ela é um brinquedo. "Com os brinquedos, a gente brinca de faz-de-conta."

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