Bolsa perde 1,08% após abertura; dólar bate R$ 2,38 09/03/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) inicia os negócios desta segunda-feira em terreno negativo, com investidores temerosos sobre o futuro de algumas das principais empresas mundiais, a exemplo da General Motors e Citigroup. No final de semana, o ex-candidato à presidência dos EUA e liderança republicana John McCain, declarou que a Casa Branca deveria deixar as empresas quebrarem. Na Ásia, o déficit japonês já derrubou as Bolsas locais. O câmbio marca R$ 2,38.
O mercado acionário brasileiro e a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) abrem mais cedo a partir de hoje, com o início do horário de verão nos EUA.
O Ibovespa, principal índice de ações, desvaloriza 1,08% e marca os 36.705 pontos. Na sexta-feira, a Bolsa fechou em queda de 0,71%.
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O dólar comercial é negociado por R$ 2,380 na venda, o que representa um alta de 0,21% sobre a cotação de sexta.
As principais Bolsas asiáticas encerraram os negócios de hoje com fortes perdas, a exemplo de Tóquio, onde o índice de ações Nikkei desceu para o seu menor nível em 26 anos. A Bolsa japonesa perdeu 1,2% enquanto no mercado de Hong Kong, o índice Hang Seng despencou 4,84%.
Os investidores reagiram mal à notícia de que o Japão, segunda economia mundial, registrou o seu primeiro déficit em conta corrente em 13 anos, como resultado da recessão global, que afetou as exportações do país e os investimentos feitos no exterior.
As Bolsas europeias operam em queda: em Londres, o índice FTSE cede 1,63% enquanto o Cac, do mercado de Paris, recua 1,56%.
Entre as primeiras notícias do dia, os grupos farmacêuticos americanos Merck e Schering-Plough anunciaram hoje que chegaram a um acordo para a fusão das duas empresas, em uma transação avaliada em US$ 41,1 bilhões. A operação ainda está sujeita à avaliação das autoridades reguladoras americanas.
No front doméstico, o boletim Focus revelou que a maioria dos economistas do setor financeiro revisou para baixo as projeções de inflação deste ano, de 4,66% para 4,57% (IPCA). Já para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta semana, profissionais de bancos e corretoras esperam um ajuste da taxa Selic de 12,75% para 11,75%.
Uma parcela dos economistas, no entanto, já espera um corte ainda maior, de 1,5 ponto percentual, principalmente após a divulgação da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a produção industrial de janeiro. O levantamento mostrou uma recuperação muito modesta (2,3%), frente aos três meses de contração já registrados.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) registrou deflação de 0,13% em fevereiro de acordo com o IGP-DI. Em janeiro, o mesmo índice de preços havia apontado leve alta de 0,01%.
O mercado também deve repercutir hoje o resultado da Petrobras revelado na sexta-feira à noite. A estatal anunciou lucro líquido recorde de R$ 33,915 bilhões em 2008, alta de 58% sobre 2007. Já no quarto trimestre de 2008, o lucro foi de R$ 7,355 bilhões, alta de 46% na mesma base de comparação. Alguns analistas do mercado projetavam resultado entre R$ 7,5 bilhões e R$ 7,9 bilhões.