Mercado já trabalha com previsão de Selic em um dígito 16/03/2009
- Agência Estado
A taxa básica Selic pode descer, pela primeira vez, para um dígito. Além de analistas já começarem a projetar que a Selic alcance os 9% até dezembro, os juros no mercado futuro passaram a apontar tal cenário na semana passada.
No pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o contrato que vence na virada do ano encerrou as operações de quinta-feira com taxa de 9,94% anuais. Isso significa que os investidores começam a confiar na hipótese de a Selic alcançar tal patamar.
Mas, para que os juros sigam em rota de queda, será necessário que a inflação arrefece e se mantenha controlada. Qualquer nova ameaça inflacionária poderia levar o BC a rever o processo de baixa dos juros que está em andamento.
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Insegurança derruba confiança do consumidor
O consumidor brasileiro tomou consciência da fragilidade do emprego diante da crise mundial, mas continua confiante em uma recuperação ainda em 2009, segundo pesquisa da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
O INC (Índice Nacional de Confiança) caiu 13 pontos entre janeiro e fevereiro, de 142 pontos para 129 pontos. Em fevereiro do ano passado, o INC estava em 137 pontos, oito pontos acima. A pesquisa ACSP/Ipsos faz mil entrevistas domiciliares por mês, em nove regiões metropolitanas e 70 cidades do interior brasileiro.
"Nos próximos seis meses, a média das regiões ainda mostra otimismo do consumidor em relação ao futuro da sua região, com 42% que acreditam que a economia estará mais forte, contra apenas 14% que acham que estará pior'', diz o estudo.
Com relação à situação financeira pessoal, 58% dos consumidores acreditam que a vida vai melhorar nos próximos seis meses, contra apenas 6% que vai ficar pior. "O consumidor brasileiro tomou consciência da vulnerabilidade do emprego diante da crise mundial, que já afeta o Brasil. E tornou-se mais cauteloso com as compras pagando seus empréstimos em prazos menores'', informa a associação comercial.
Os dados da pesquisa apontam que a segurança no emprego piorou, caindo de 38% em janeiro para 32% dos entrevistados em fevereiro. Enquanto os que estão menos confiantes subiram de 32% em janeiro para 36% fevereiro.
Em relação à intenção de compras, o levantamento mostra que o ânimo do consumidor se alterou em relação a janeiro. Em fevereiro, 35% dos entrevistados continuavam à vontade para comprar eletrodomésticos (geladeiras, fogões, televisores e móveis), contra 40% que se sentem menos à vontade.
Regiões
A Região Nordeste tem, mais uma vez, os consumidores menos otimistas do país, com 115 pontos, contra 128 pontos em janeiro. "Provavelmente [o resultado ocorre] em função da perda de poder de compra do salário mínimo, mas espera-se recuperação para março com o recebimento do reajuste'', informou a ACSP.
Na outra ponta, a Região Sul têm os consumidores mais otimistas, com 136 pontos, seguida pela Sudeste, com 135 pontos, e a Norte e Centro-Oeste, também com 135. Conforme a associação comercial, "a classe C (média emergente) é a mais otimista com 137 pontos, enquanto as classes AB têm 121 pontos e a D e E, 123 pontos''.