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DIA A DIA

Feijão se tecnifica e recupera áreas
25/03/2009 - José Maria Tomazela - O Estado de S.Paulo

O feijão, uma das lavouras mais tradicionais da agricultura paulista, resiste ao avanço da cana-de-açúcar, faz frente à competição de commodities como soja, milho e trigo, e recupera áreas de plantio que havia perdido no interior de São Paulo. A safra paulista de 2008 foi de 169.200 hectares, 10 mil hectares a mais do que a anterior, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

A produção, de 5,2 milhões de sacas de 60 quilos, cresceu 12% em relação a 2007.

A oleaginosa, durante muitos anos tida como lavoura de pouca tecnologia, altamente dependente da mão de obra do chamado bóia-fria, acabou se beneficiando do avanço tecnológico trazido pelo cultivo de outros grãos, sobretudo a soja. Hoje, no sudoeste paulista, do plantio à colheita, o cultivo do feijão é todo mecanizado.


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PLANTIO DIRETO

A maioria das lavouras usa o sistema de plantio direto sobre a palha e já é comum encontrar grandes áreas irrigadas. Investimentos em pesquisa resultaram em cultivares resistentes às doenças - um dos principais problemas da cultura -, mais produtivos e cada vez mais atraentes para o consumidor final.

No dia 18 de março, durante um dia de campo organizado pela secretaria, em Capão Bonito, no sudoeste, pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC-Apta) apresentaram seis novos cultivares, entre eles um substituto para o tradicional feijão carioca pérola, que cobre 80% da área plantada no Estado. Trata-se do carioca alvorada, que tem a cor e a forma do pérola, mas incorporou vantagens genéticas, de acordo com o pesquisador do instituto Sérgio Augusto Carbonell.

ANTRACNOSE

A principal delas é ser mais resistente à antracnose, uma das doenças mais graves do feijoeiro. Com isso, exige um número menor de aplicação de defensivos, com redução no custo de produção e ganho ambiental.

Há outras melhorias, segundo o pesquisador do IAC. "O grão é um pouco mais cheio e se expande na panela, dando excelente rendimento. É um feijão bem claro, que resiste mais ao escurecimento. Além disso, cozinha em menos tempo."

No beneficiamento, o alvorada dá um aproveitamento de 96%, enquanto o pérola atinge 88%. De acordo com Carbonell, o mercado já reconhece essas vantagens. "O produtor tem recebido até 10% a mais por saca do alvorada." A produtividade é equivalente - média potencial de 4,5 toneladas por hectare - mas o feijoeiro do novo cultivar é mais ereto, facilitando a colheita com máquinas. É também mais precoce, podendo ser colhido até dez dias antes.

Ele alerta, no entanto, que o cultivar é exigente em tecnologia e solo descontaminado do fungo Fusarium. "Nas terras menos férteis e com a presença do fungo é preferível continuar com o pérola", diz o pesquisador do IAC.

Novas variedades ampliam período de cultivo

O agricultor Tamoto Chayamiti, de 70 anos, de Capão Bonito, vai plantar o alvorada na próxima safra. Na semana passada, ele colhia 30 hectares do carioca pérola que tinha plantado com os filhos Cláudio e Reinaldo na safra da seca. O rendimento era de 45 sacas por hectare. Chayamiti reclamava, porém, da queda no preço: a saca de 60 quilos estava cotada em R$ 65 na região.

No ano passado, eles chegaram a vender por R$ 160 a saca, mas teve produtor na região que obteve até R$ 280. Ele e os filhos colhem duas safras anuais de feijão. O próximo plantio será feito em agosto, nas águas. Durante o inverno, a área será arrendada para um produtor de trigo.

MOSCA BRANCA

A safra da seca, na região, teve o plantio reduzido por causa da mosca branca, uma praga da cultura. "A infestação é alta porque a mosca dribla as pulverizações hospedando-se nas lavouras de soja", explica o agrônomo Nélio Uemura, da Cooperativa Agrícola de Capão Bonito. Segundo ele, graças às novas variedades e tecnologias, os períodos de cultivo se tornaram mais elásticos.

O produtor João Soares de Proença, por exemplo, tinha uma lavoura recém-plantada e colhia outra, de 130 hectares. Conforme Uemura, a maioria dos produtores de feijão também cultiva outros grãos, como soja, milho e trigo.

O feijão carioca foi desenvolvido pelo IAC no fim da década de 70 e foi uma revolução. Agora, o IAC decidiu resgatar duas variedades de feijão que perderam mercado com o advento do carioca: o rosinha e o mulatinho. Os cultivares ressurgem aperfeiçoados, resistentes a males como a antracnose, mais produtivos e com novos nomes: galante e centauro, respectivamente. As sementes estão disponíveis nas Casas da Agricultura.

De acordo com Carbonell, o feijão brasileiro tem um futuro promissor. "O consumo tem se mantido e os recursos aplicados em pesquisa aumentaram."

Em 2007, a produção nacional, de 3,2 milhões de toneladas, foi insuficiente para um consumo interno de 3,4 milhões de toneladas. O feijão é cultivado em todo o Brasil, mas 72% da produção está concentrada nos Estados do Paraná, Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Goiás e Santa Catarina.

No País, o plantio da primeira safra (da seca) chegou a 1,43 milhão de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A produção de 1,4 milhão de toneladas foi 11,8% maior. Conforme a pesquisa, produtores que tinham migrado para outras culturas voltaram a plantar feijão. A redução de área no Paraná e Santa Catarina foi compensada pelos ganhos expressivos na produção registrados em São Paulo, Minas e Goiás.

Brasil tem potencial para exportar

O feijão tem potencial para se tornar mais um item importante na pauta de exportações do agronegócio brasileiro, acredita o pesquisador do Instituto Biológico, Sérgio Carbonell. "Em termos de variedade e qualidade culinária, nosso feijão não fica devendo nada a nenhum outro", assegura. O País dispõe também de genética e tecnologia para deter os maiores índices de produtividade.

Falta, no entanto, um empenho maior dos produtores - a média de produção é de 800 quilos/hectare para um potencial de 4.500 quilos/hectare - e do próprio governo. "A Argentina, que não tem grande tradição na cultura, exporta bem mais feijão do que nós."

Nos últimos anos, o Brasil tem exportado em média 200 mil toneladas anuais, algo insignificante, perto do total de exportações mundiais do produto, de 5 milhões de toneladas. Espanha e Portugal foram nossos principais compradores. Mianmar, país asiático antes conhecido como Birmânia, lidera o ranking dos exportadores.

DUPLA APTIDÃO

Entre os países produtores, alinham-se os Estados Unidos e o Canadá - os canadenses abastecem a Europa com feijão branco. De acordo com o pesquisador do IAC, a pesquisa tem se voltado para o desenvolvimento de cultivares com dupla aptidão: atender às necessidades internas e estar apto para cobrir alguns nichos do mercado mundial.

Os cultivares harmonia e boreal apresentados em Capão Bonito são feijões grandes, coloridos e rajados, que ele classifica como tipo exportação. "Têm ciclo curto, de 70 dias, e de sabor levemente adocicado, o que torna seu uso muito versátil na culinária." A produção de sementes genéticas teve início em 2007.

Este ano, a rede de unidades da Secretaria da Agricultura já dispõe de quantidades limitadas para fornecer aos parceiros. Até agora, o Brasil importava esses feijões para atender principalmente restaurantes e hotéis. "A importação de sementes sempre traz algum risco fitossanitário", disse. Também tem bom potencial para o mercado externo o feijão preto diplomata desenvolvido pelo IAC. É altamente produtivo e resistente à antracnose. "Tem ótima qualidade de caldo e muito bom para enlatar", diz Carbonell.

  

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