Bolsa fecha em alta de 0,78% e acumula ganho de 9,5% no mês 25/03/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) mantém já pelo sexto dia o patamar dos 40 mil pontos, com o relativo otimismo dos investidores e o retorno dos estrangeiros ao mercado doméstico. Uma rodada surpreendente de indicadores favoráveis dos EUA ajudou a melhorar o ambiente de negócios. O câmbio bateu R$ 2,24.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, avançou 0,78% e bateu os 41.799 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,7 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 1,17%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 2,249, o que representa um acréscimo de 0,26%. A taxa de risco-país marca 408 pontos, número 1,68% abaixo da pontuação anterior.
PUBLICIDADE
"Ainda há muitas dúvidas em relação ao pacote do Tesouro americano, e a volatilidade do mercado mostra isso: hoje, por exemplo, o Dow Jones [índice de ações da Bolsa de Nova York] estava caindo à tarde mas subiu 1,17% faltando pouco tempo para fechar. Agora, também existe um pouco de confiança de que as medidas já anunciadas [pelo governo americano] podem fazer efeito no médio prazo. E os últimos indicadores ajudaram bastante", resume José Carlos Oliveira, operador da corretora Senso.
Profissionais das corretoras de valores destacaram o saldo de investimentos estrangeiros na Bolsa, que atingiu os R$ 906,7 milhões (até o dia 20). Para os analistas, o retorno do capital externo é uma das principais condições para a recuperação sustentada do mercado acionário.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou que as encomendas de bens duráveis tiveram um crescimento de 3,4% em fevereiro, o primeiro avanço desde julho e o maior aumento em 14 meses. O resultado foi muito melhor do que o esperado pelo mercado: analistas de bancos e corretoras projetavam uma retração de 2%.
O mesmo órgão comunicou ainda que as vendas de casas novas tiveram um incremento de 4,7% em fevereiro. Na comparação com fevereiro de 2008, a queda foi de 41,1%.
Os indicadores americanos ajudam a eclipsar as primeiras notícias do dia, bastante negativas: a queda recorde (49,9%) das exportações japonesas em janeiro, e o anúncio do banco HSBC, que prevê cortar 1.200 funcionários no Reino Unido.
Cena doméstica
O governo brasileiro anunciou o prometido pacote habitacional, com investimentos da ordem de R$ 34 bilhões para a construção de 1 milhão da casas e alvo na população de baixa renda. Segundo o governo, o pacote deverá sair do papel até o dia 13 de abril.
As ações de empresas do setor imobiliário reagiram bem ao anúncio e estiveram durante boa parte do dia entre as mais valorizadas. No final do pregão de hoje, a ação ordinária da Gafisa, que chegou a disparar cerca de 7%, caiu 1,30%. A ação da Cyrella, que também havia registrado forte alta, recuou 0,12%.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a inflação medida pelo IPCA-15 teve variação de 0,11% em março, ante 0,63% em fevereiro. Economistas do setor financeiro projetavam uma taxa de 0,27%. O mercado futuro de juros já reagiu a esse número e rebaixa ainda mais as taxas projetadas nos contratos mais negociados.