Bovespa fecha em alta de 0,67% e tem melhor mês desde abril de 2008 31/03/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o mês em terreno positivo, aproveitando a recuperação das Bolsas americanas e com a recuperação dos preços das commodities (matérias-primas) metálicas. A Bolsa brasileira teve sua maior valorização mensal desde abril de 2008, favorecida pelo retorno do capital estrangeiro. O câmbio doméstico cedeu para R$ 2,31.
No mês, a Bolsa valorizou 7,18%, o maior ganho desde abril de 2008. O dólar comercial recuou 2,19% no mesmo período.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, teve alta de 0,67% no fechamento, alcançando os 40.925 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,17 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova fechou com avanço de 1,16%.
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A ação preferencial da Petrobras recuou 0,79% enquanto a ação da Vale valorizou 0,33%. Juntos, os dois papéis movimentaram mais de R$ 1,1 bilhão.
Unibanco e Itaú unificaram as ações negociadas na Bolsa de Valores. A ação preferencial do conglomerado (Itauunibanco PN) foi o terceiro papel mais negociado da Bolsa, sendo negociado em baixa de 0,69% no final do pregão.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,318, em baixa de 0,60%. A taxa de risco-país marca 425 pontos, número 0,23% acima da pontuação anterior.
Profissionais de mercado apontaram que boa parte dos investidores estrangeiros que esperavam na alta do dólar começaram a reduzir suas apostas no mercado futuro de moeda, o que ajudou a tirar pressão sobre os preços da moeda americana.
"Se nós continuarmos vendo esse alívio na cena externa, provavelmente esse desmonte de posições pode continuar", comenta Carlos Alberto Postigo, da mesa de operações da corretora Advanced. "Agora, a volatilidade do câmbio não vai acabar tão cedo, sempre refletindo alguma notícia pontual, como nós vimos no caso da General Motors. Basta lembrar que o dólar oscilou de R$ 2,22 para R$ 2,30 em poucos dias", acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, o instituto privado de pesquisa Conference Board detectou uma melhora modesta na confiança do consumidor americano na economia nacional neste mês. O consumo é uma das principais alavancas da economia dos EUA e o indicador procura antecipar tendências para os próximos meses. A notícia compensou parcialmente a pesquisa da Standard & Poor's/Case-Shiller, que revelou uma queda recorde no preços dos imóveis em janeiro.
No Brasil, o Banco Central comunicou que a dívida pública cresceu no mês passando, piorando a relação dívida/PIB --de 36,9% em janeiro para 37% em fevereiro. Em termos absolutos, a dívida passou de R$ 1,047 trilhão para R$ 1,091 trilhão nos últimos três meses.
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estimou que a economia brasileira deve encolher 0,3% neste ano, principalmente por conta da queda na produção industrial.
O governo japonês informou que a taxa de desemprego do país atingiu 4,4% em fevereiro. Já o nível de consumo das famílias contraiu 3,5% no mesmo mês.
Empresas
A Votorantim Celulose e Papel registrou prejuízo de R$ 1,312 bilhão no ano passado, o que constrata com o lucro de R$ 838 milhões registrado no exercício de 2007. A ação preferencial teve ganho de 2,36%.
O prejuízo da VCP superou as expectativas de alguns analistas do mercado. Também há alguma preocupação no setor financeiro com um dos principais desafios da companhia para 2009: a fusão com a Aracruz.
"Num cenário bastante turbulento para as commodities, essa estratégia pode ter dificuldade de implementação. Continuamos acreditando que as ações da VCP e da Aracruz permanecerão voláteis, refletindo não só o processo de consolidação mas também o cenário desfavorável de curto prazo", comenta a equipe de analistas da corretora Ativa.
A companhia área TAM anunciou nesta terça-feira perdas da ordem de R$ 1,36 bilhão no ano passado, ante um lucro líquido de R$ 505 milhões no exercício de 2007. A ação preferencial da TAM perdeu 3,78%.
A MMX Mineração, do empresário Eike Batista, amargou um prejuízo de R$ 848,8 milhões no exercício de 2008 ante ganhos de R$ 765 milhões no balanço anterior. A ação ordinária da mineradora desabaou 5,40% no pregão de hoje.