DIA A DIA

Governo brasileiro vai decretar luto oficial de três dias pela morte de Raúl Alfonsín
01/04/2009 - Gabriela Guerreiro - Folha Online

O governo brasileiro vai decretar luto oficial de três dias pela morte do ex-presidente da Argentina Raúl Alfonsín, que liderou o país no retorno à democracia na década de 80. Segundo o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, o vice-presidente José Alencar vai decretar o luto oficial --uma vez que Lula está em viagem oficial ao Reino Unido.

Lula pediu, por telefone, para que Alencar decrete o luto oficial em memória do ex-presidente. Alfonsín morreu nesta terça-feira (31), vítima de uma pneumonia agravada por um câncer pulmonar. Primeiro presidente argentino civil após o regime militar e apontado como defensor dos direitos humanos, ele será velado até a noite desta quarta-feira.

O corpo de Alfonsín, que governou a Argentina de 1983 a 1989, será enterrado nesta quinta-feira em um panteão de seu partido, União Cívica Radical, no cemitério de Recoleta, na capital argentina.


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O ex-presidente do Brasil (1985-1990) e atual presidente do Senado, José Sarney, lamentou ontem a morte de Alfonsín e disse por meio de nota que, além de ter sido um amigo -- "uma das maiores figuras humanas que conheci" --, Alfonsín abriu o caminho para a integração latino-americana.

Sarney ficou emocionado ao ser informado da morte de Alfonsín, de quem se tornou amigo. Os dois presidentes, que governaram grande parte dos mandatos ao mesmo tempo, estavam no comando dos seus países no período de redemocratização e deram os primeiros passos para a integração regional ao assinar a Declaração do Iguaçu, em 1985, embrião do que viria a ser, nos anos 90, o Mercosul.

Repercussão

Os edifícios públicos e escolas amanheceram nesta quarta-feira com a bandeira argentina a meio mastro, como ficarão pelos três dias de luto nacional declarados pelo governo.

A imprensa dedicou hoje grandes espaços ao primeiro presidente da transição democrática iniciada em outubro de 1983, depois de sete anos e meio de um duro governo militar, cujas mortes são estimadas em cerca de 30 mil.

Os canais de televisão e rádios de maior audiência receberam inúmeros telefonemas de pessoas que lamentam o falecimento do ex-líder, e coincidem em assinalá-lo como um líder da democracia, defensor dos direitos humanos e um político "digno" e "honesto".

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