Bovespa fecha em alta de 2,57% e se aproxima dos 42 mil pontos 01/04/2009
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) estreou o mês com forte alta, com investidores voltando às compras e focando ações de maior giro, a exemplo dos papéis da Petrobras. O mercado monitorou a reunião do G20 e reagiu bem a alguns indicadores mais favoráveis da economia americana. A Bolsa brasileira voltou a encostar no preço de 42 mil pontos, perdido com a realização de lucros (venda de ações muito valorizadas) dos últimos dias. O câmbio fechou a R$ 2,28.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 2,57% e atingiu os 41.976 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,34 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 2,01%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,280, em declínio de 1,63% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 427 pontos, número 0,47% acima da pontuação anterior.
PUBLICIDADE
Os investidores também monitoram a reunião de cúpula do G20, do qual se espera alguma solução de consenso para enfrentar a crise global. O ministro Guido Mantega (Fazenda) adiantou que amanhã a cúpula do G20 pode aprovar um fundo mundial anticrise com recursos da ordem de US$ 1 trilhão, sendo US$ 200 milhões somente para estimular o comércio internacional.
Animou os investidores o crescimento de 2,1% nas vendas pendentes de imóveis no mês de fevereiro, para alguns, mais um indício de uma possível recuperação do setor imobiliário americano, no epicentro da crise dos créditos 'subprime'.
Entre outras notícias, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a produção industrial teve alta pelo segundo mês consecutivo. Na comparação dos 12 meses, porém, a contração ainda é forte (17%). Economistas do setor financeiro estimavam um crescimento de pelo menos 3,3% no mês e uma contração de 14% no período de 12 meses.
Nos EUA, a consultoria de recursos humanos ADP Employer Services reportou que houve um corte de 742 mil empregos em março no setor privado dos EUA. Essa estimativa da consultoria ADP tem razoável influência sobre o mercado, porque antecipa, parcialmente, a pesquisa oficial do Departamento de Trabalho americano sobre a geração e destruição de vagas e que publica na sexta-feira seus números mais atualizados.
O índice ISM, que reflete o nível de atividade industrial dos EUA, teve leitura de 36,3 pontos em março, contra 35,8 pontos em fevereiro. O resultado tem muito pouco de positivo: leituras abaixo de 50 pontos: indicam contração da atividade e abaixo de 41 pontos indicam recessão econômica. Mas foi um pouco melhor do que o previsto: analistas de bancos e corretoras projetavam um índice em torno dos 35,8 pontos.
Recomendações
As ações preferenciais da Petrobras e do Bradesco são os papéis em comum das carteiras recomendadas pelas corretoras Wintrade e Planner para abril. A ação da Vale do Rio Doce, outro papel de bastante influência na Bovespa, consta somente na carteira da Wintrade, mas com participação reduzida. "Decidimos, também, diminuir o peso das ações da Vale (PN) na carteira: de 25% para 20%, enquanto esperamos definições sobre o reajuste do minério de ferro", comenta a equipe de analistas da corretora.
Ambas as corretoras recomendam papéis do setor siderúrgico, mas de empresas diferentes. No caso da Planner, a indicação é a ação preferencial da Gerdau. No caso da Wintrade, a ação preferencial da Usiminas.
No setor financeiro, além do Bradesco, a Planner também aconselha as ações ordinárias da Redecard. A carteira dessa corretora também inclui ações do segmento de consumo (Pão de Açúcar e Ambev), telecomunicações (Telesp) e. energia elétrica (Light, Transmissão Paulista e Eletrobras). A Wintrade também indica as ações ordinárias da CCR (administradora de rodovias).